A NSA (Agência de Segurança Nacional) não tem obrigação de revelar a natureza da sua relação com Google, confirmou a justiça dos Estados Unidos em 11 de Maio de 2012.

A corte de apelo de Washington decidiu que o status especial da Agência de Segurança Nacional lhe permite de manter secreto qualquer acordo com o gigante da internet.

"Qualquer informação sobre a relação entre Google e NSA iria revelar informações confidenciais sobre a NSA", decretou a juíza Janice Rogers Brown.

Esta decisão veio em resposta a um pedido apresentado por uma associação que defende os direitos à privacidade on-line. O Centro de informações dos dados particulares eletrônicos (EPIC) queria que os acordos entre Google e NSA fossem tornados públicos, em nome do direito dos cidadãos de saber se eles estão sendo monitorados.

Oficialmente, a parceria entre as duas partes foi desenvolvido para detectar pontos fracos do Google no confronto com hackers e avaliar o grau de sofisticação destes últimos, bem como para determinar se as defesas postas em prática são adequadas. Mas defensores do respeito à privacidade temem que este acordo secreto exponha usuários a violação dos seus dados pessoais.

Na realidade, todos os usuários dos serviços do Google ao redor do mundo são susceptíveis de ver o segredo de seus dados pessoais violado pela agência de espionagem dos EUA. Conforme revelado pela revista alemã WirtschaftsWoche, há muito tempo Google tem sido solicitado a transmitir dados de seus usuários à inteligência dos Estados Unidos.

Como todas as empresas norte-americanas, a empresa de Mountain View está legalmente obrigada, no âmbito da lei "antiterrorista" Patriot Act, a divulgar os seus dados às autoridades, em particular a Agência de Segurança Nacional.

Servidores em solo europeu não garante a confidencialidade desses dados frente ao governo dos Estados Unidos, que tem "o direito de acessar igualmente os dados armazenados fora dos Estados Unidos" [1]

Da mesma forma, tendo a agência trabalhado diretamente com a Microsoft para desenvolver o Windows 7, como foi reconhecido oficialmente por Richard Schaeffer em 17 de novembro de 2009 . [2] a NSA tem acesso total aos dados de usuário do Windows.

A fim de processar a massa de dados a que tenha acesso, a NSA está construindo o maior centro de espionagem informática e de armazenamento de dados do mundo (100 000m²), a ser concluído em 2013 e localizado nas montanhas de Utah. [3]

Objetivo da NSA é ser capaz de decifrar o AES (Advanced Encryption Standard ou standard de criptografia avançada). Esse algoritmo de criptografia atualmente protege transações financeiras, e-mails de multinacionais, acordos econômicos e intercâmbios diplomáticos internacionais.

Em suma, a NSA estará em breve em condições de interceptar, armazenar, analisar e decifrar todo o tráfego global da Internet.

[1Google-Server in Europa vor US-Regierung nicht sicher, by Thomas Stölzel, WirtschaftsWoche, 6 August 2011.

[2NSA took part in the development of Windows 7,” Voltaire Network, 25 November 2009.