É comummente aceite que as relações internacionais entraram numa nova era no dia 11 de Setembro de 2001. No entanto, os politólogos divergem nas suas análises sobre este período, conforme a leitura que fazem dos atentados que marcaram o início.
 Os atlantistas referem-se à versão governamental, que diz que esses atentados terão sido organizados pela Al Qaida a partir do seu ponto de referência afegão. E daí concluem que o principal perigo do nosso tempo é o terrorismo islâmico, e aprovam as operações militares no Afeganistão e no Iraque.
 Os parceiros mais afastados dos Estados Unidos pensam que a administração Bush teve conhecimento prévio dos atentados e que deixou que eles fossem levados a cabo, com o intuito de os utilizar instrumentalmente para fins políticos. Evocam o desastre de Pearl Harbor, que o estado-maior dos Estados Unidos deixou bombardear, para depois poder entrar na Segunda Guerra Mundial contra o Japão e a Alemanha. Consideram que mesmo que o perigo islâmico seja real, não se deve acompanhar os Estados Unidos em todas as suas aventuras. Admitem que o ataque ao Afeganistão era uma resposta legítima, mas permanecem na dúvida em relação à operação no Iraque.
 Por fim, os politólogos dos países não-alinhados refutam a versão governamental e consideram que os atentados foram organizados pelo complexo militar e industrial anglo-saxónico. Para isso, evocam o incidente do Golfo de Tonkin ou a operação Northwood [1] . Concluem que o perigo islâmico é uma construção artificial e que o verdadeiro perigo é o imperialismo anglo-saxónico. Para estes, os ataques ao Afeganistão e ao Iraque são duas guerras de agressão.

Fui o primeiro politólogo, na cena internacional, a pôr em causa a versão de Bush sobre os atentados do 11 de Setembro e a prognosticar a instauração de um regime militar e policial nos EUA e a multiplicação das aventuras militares [2] . Desde então, a Réseau Voltaire, à qual eu presido, desenvolveu nessa base um acompanhamento constante e uma análise permanente das relações internacionais.

Expliquei muitas vezes que a Al Qaida era uma criação comum dos serviços de inteligência estado-unidenses, britânicos, sauditas e paquistaneses que servia os seus interesses. Ao longo dos últimos seis anos, afinei o conhecimento que se pode ter sobre este fenómeno, simultaneamente a partir das suas manifestações sucessivas bem como do estudo de operações precedentes, como as da Gladio.

Todavia, a política da administração Bush começa a reconhecer limites dentro do seu próprio campo.
 Em primeiro lugar, o equilíbrio interno na Arábia Saudita alterou-se com a ascensão ao trono do rei Abdallah e a volta a Riyadh do príncipe Bandar, o "filho adoptivo" dos Bush. Depois, o rei proibiu o seu sobrinho de continuar a financiar as células combatentes rotuladas de Al Qaida. A primeira consequência desta ruptura terá sido a revolta dos mercenários da Fatah al-Islam no campo de refugiados palestinianos de Nahr el-Bared. Este episódio confirmou claramente que a Al Qaida no Líbano era uma manipulação de Bush, Bandar e Hariri [3] .
 Em segundo lugar, é difícil manter, por tempo indefinido, a fragmentação da Al Qaida, enquanto rede operacional secreta, quando se quer fazer desta uma organização política global. Assim, os responsáveis do departamento de inteligência paquistanês, encarregues desde há muito pela formação ideológica e pelas publicações dos Talibans, apoderou-se do papel da Inter Services Intelligence (ISI), encarregada de dar formação militar aos mercenários da Al Qaida, sempre com o apoio financeiro anglo-saxónico gerido pelo príncipe Bandar. Além disso, o Intelligence Bureau prestou apoio aos separatistas uigures do Xinjiang chinês, quando, por razões políticas evidentes, apenas o MI6 britânico é que está habilitado a tratar a Al Qaida-China. Pequim reagiu de imediato exigindo explicações claras. Para evitar a guerra, o presidente Pervez Musharraf foi obrigado a eliminar todos os seus quadros da polícia implicados, tendo ordenado aos comandos especiais que tomassem de assalto os escritórios da Mesquita vermelha.
 Um terceiro episódio veio levantar uma ponta do véu: o general Kevin J. Bergner, conselheiro especial de George Bush para o Iraque, justificou a incapacidade das forças dos Estados Unidos em apanhar o chefe da Al Qaida, revelando que essa personagem simplesmente não existia.

Gostaria ainda de voltar a essa nova revelação.

Al Qaida forjada no Iraque

Abu Musab al-Zarqawi e Ansar al-Islam

Para justificar a sua intenção de invadir o Iraque, os anglo-saxónicos optaram uma segunda vez pelo argumento do 11 de Setembro que tinha resultado bem em relação ao Afeganistão. A opinião pública ocidental sempre ignorou que o ataque a Cabul já tinha sido decidido em Julho de 2001 e que as tropas britânicas e estado-unidenses se encontravam pré-posicionadas na zona antes dos atentados do dia 11 de Setembro de 2001 [4] . Assim, não admira que a opinião pública tenha engolido a falsa história segundo a qual os "terroristas" teriam urdido o seu plano na sombra de uma gruta sob a protecção dos Talibans.

Servindo-se da mesma receita para o Iraque, o general Colin Powell veio solenemente mentir perante o Conselho de Segurança das Nações Unidas. Para ligar o Iraque laico aos atentados do 11 de Setembro, atribuídos aos wahhabitas de Osama Bin Laden, os Estados Unidos puseram em cena um jihadista jordano protegido por Saddam Hussein. Colin Powell falou assim:

"Chamo hoje a vossa atenção para a ligação, eventualmente bem mais sinistra, que existe entre o Iraque e a rede terrorista Al Qaida, ligação essa que alia as organizações terroristas clássicas aos métodos modernos de assassinato. O Iraque abriga hoje uma rede terrorista mortífera dirigida por Abu Musab al-Zarqawi, parceiro e colaborador de Osama Bin Laden, e dos seus tenentes da Al Qaida (…) Palestiniano nativo da Jordânia, Abu Zarqawi combateu na guerra do Afeganistão há mais de dez anos. No seu regresso ao Afeganistão, em 200, ele dirigiu um campo de treino de terroristas. Uma das suas especialidades, e diga-se também uma das especialidades desse campo, é o veneno. Quando a nossa coligação deteve os Talibans, a rede de Abu Zarqawi ajudou a estabelecer outro campo de formação de especialistas em venenos e explosivos, e esse campo está situado no nordeste do Iraque. Essa rede ensina os seus membros a produzir rícino e outros venenos (…) A partir da sua rede terrorista no Iraque, Abu Zarqawi consegue dirigir as actividades da rede no Próximo Oriente e mais além (…) Abu Zarqawi e a sua rede prepararam actos de terrorismo contra países como a França, a Grã-Bretanha, a Espanha, a Itália, a Alemanha e a Rússia" [5] .

Desde o início da invasão do Iraque, Abu Musab al-Zarqawi tornou-se no inimigo público n.º 1 [6] . O seu grupo armado, Ansar al-Islam, é rotulado de "Al Qaida no Iraque". É-lhe atribuído o rapto e a decapitação do trabalhador humanitário japonês Shosei Koda (30 de Outubro de 2004); os atentados contra civis em Najaf e Karbala (19 de Dezembro de 2004); a execução do embaixador do Egipto Ihab Al-Sherif (Julho de 2005); o atentado ao mercado de Musayyib (16 de Julho de 2005); a tortura e decapitação de dois GI Thomas Lowell Tucker e Kristian Menchaca (Junho de 2006); o rapto e assassinato de quatro diplomatas russos, Fiódor Zaitsev, Rinat Agliuglin, Oleg Fedoseyev e Anatoly Smirnov (Junho de 2006) e uma quantidade de outros crimes. No imaginário colectivo, ele ocupa um lugar de fanático sanguinário depois da degolação de Nick Berg [7] . É óbvio que todas estas operações servem directamente apenas, e só, a estratégia neo-conservadora do "caos construtor".

Zarkaoui elabora uma teoria segundo a qual os verdadeiros inimigos dos iraquianos sunitas não são os invasores anglo-saxónicos, mas sim, os iraquianos xiitas. Esta teoria de 17 páginas é publicada pelo New York Times [8] , e ele aplica-a de imediato ao destruir a cúpula da Mesquita xiita de Al-Askari.

Incapazes de controlar a amplitude das violências comunitárias que se seguem, os Estados Unidos decidem fazer desaparecer a sua marioneta. O mito al-Zarqawi é eliminado no dia 8 de Junho de 2006, no contexto da formação de um novo governo no Iraque. A sua morte funciona como uma página que se vira [9] .

O general George W. Casey Jr., comandante-chefe do exército dos Estados Unidos no Iraque, declara numa conferência de imprensa que o documento de Zarqawi apelando à violência comunitária tinha sido forjado e mandado publicar no New York Times pelos seus serviços. O general Mark Kimmit, comandante das operações psicológicas no Iraque, reconhece num documento interno, que chega ao Washington Post, que "o programa Zarqawi de operações psicológicas (PsyOp) é a campanha de informação mais bem conseguida até à data" [10] .

Abu Omar al-Baghdadi e o Estado islâmico iraquiano

Com a Coligação Anglo-Saxónica a atolar-se cada vez mais no Iraque, tornou-se necessário encontrar um sucessor de al-Zarqawi.

No dia 15 de Outubro de 2006, numerosos canais de televisão difundem um vídeo em que se anuncia a criação da "Al Qaida no Iraque". Nessa gravação, um indivíduo mascarado apresenta-se como Abu Omar al-Quraischi al-Hussaini al-Baghdadi, "Comandante dos Crentes" e dirigente do "Estado Islâmico Iraquiano", recentemente instaurado pela Al Qaida com a bênção do próprio Osama Bin Laden. Ele apela a todos os jihadistas que se unam e o ajudem a caçar os ímpios, os cruzados e os judeus [11] .

Esta iniciativa coincide com a reorganização administrativa do Iraque e com a sua federalização imposta pelo invasor. O "Estado Islâmico Iraquiano" é identificado com a zona predominantemente sunita. Através da Al-Jazeera, o porta-voz da associação dos sábios muçulmanos de Bagdad acusa-o de jogar o jogo da divisão do país pelos GI [12] . Pouco importa que os iraquianos não sejam ingénuos, a nova marioneta destina-se a manipular a opinião pública estado-unidense.

No dia 10 de Novembro de 2006, a imprensa ocidental lança um comunicado da « Al Qaida no Iraque » no qual se mencionava o recrutamento de 12 mil homens e a preparação de mais 10 mil [13] .

Esta novidade coincide com a demissão de Donald Rumsfeld e abranda o ardor dos democratas que reclamavam a retirada do Iraque.

Nos dias que se seguiram, Abu Omar al-Baghdadi propôs uma "trégua" (sic) aos Estados Unidos, numa gravação áudio difundida através da Internet. Os Estados Unidos não seriam mais atacados, caso organizassem uma retirada completa do Iraque [14] . Esta fantochada foi acompanhada por um desfile de mujahedins armados no centro de Mossul, no dia 29 de Dezembro, e transmitida por todo o mundo árabe.

O canal de televisão Al-Jazeera interrogou-se sobre a autenticidade dos acontecimentos, sem contudo conseguir obter uma explicação credível do governador de Mossul, sobre o desfile de "insurgidos" em pleno coração da cidade [15] .

No dia 17 de Abril de 2007, Abu Omar al-Baghdadi anunciou, através de uma gravação áudio difundida pela Internet, que o "Estado Islâmico Iraquiano" produzia os seus próprios roquetes, os Al-Quods-1 [16] . No dia 30 de Maio de 2007, num vídeo bastante impressionante, difundido pela Al-Jazeera, o seu grupo divulga a criação de brigadas especiais dotadas de bombas térmicas [17] ; e a criação de armas, por parte do "Estado Islâmico do Iraque", cuja tecnologia iria rivalizar com a dos demais Estados pequenos.

Na mesma altura, o porta-voz do "Estado Islâmico Iraquiano" anuncia na Al-Jazeera que o emir Abu Omar al-Baghdadi acaba de formar o seu governo e apresenta a lista detalhada dos dez ministros que o compõe [18] .

Nesta sequência, o novo "governo islamita iraquiano" declara guerra ao Irão, apelando aos "verdadeiros crentes" (sunitas) que se unam contra os ímpios xiitas. O "comandante" Abu Omar aproveita também a ocasião para acrescentar "al-Quraishi" ao seu nome, com o intuito de sugerir uma filiação com a linhagem dos Quraishi, a família do profeta Maomé, tão querida aos olhos da comunidade sunita.

No prazo de um ano, a « Al Qaida no Iraque » reivindicou numerosas execuções sumárias, que foram interpretadas pela imprensa ocidental como provas do perigo islâmico, e pelos iraquianos como manifestações dos esquadrões da morte da "guerra suja" conduzida pelo invasor.

No dia 17 de Julho de 2007, a Casa Branca torna pública um breve relatório de avaliação sobre a ameaça terrorista no território dos Estados Unidos (ver documento integral anexo), elaborada pela direcção de supervisão da Intelligence Community. Nesse relatório, pode ler-se: "We assess that al-Qa’ida will continue to enhance its capabilities to attack the Homeland through greater cooperation with regional terrorist groups. Of note, we assess that al-Qa’ida will probably seek to leverage the contacts and capabilities of al-Qa’ida in Iraq (AQI), its most visible and capable affiliate and the only one known to have expressed a desire to attack the Homeland. In addition, we assess that its association with AQI helps al-Qa’ida to energize the broader Sunni extremist community, raise resources, and to recruit and indoctrinate operatives, including for Homeland attacks."

A dramatização das informações e das suas conclusões é reforçada pela difusão simultânea de um vídeo de Osama Bin Laden, que estivera ausente dos ecrãs há mais de um ano.

É por essa razão que George W. Bush assina imediatamente o decreto presidencial 13438 autorizando o secretário do tesouro a confiscar os bens e a deter discricionariamente qualquer pessoa que represente uma ameaça para a estabilização do Iraque.

Entretanto, torna-se cada vez mais difícil explicar o crescente poder da Al Qaida no Iraque à medida que Washington vai aumentando o número de GI e de mercenários para a combater. Na manhã seguinte, o general Kevin J. Bergner, assistente especial do presidente Bush para as questões iraquianas, revela que o interrogatório a Mahmud al-Mashhadani, considerado um agente de ligação entre Osama Bin Laden e os seus combatentes no Iraque, permitiu que se chegasse a várias conclusões, nomeadamente: que Abu Omar al-Baghdadi nunca tinha existido; que a sua personagem fora representada por um actor; e que a organização "Al Qaida no Iraque" era uma pura mistificação [19] .

O castelo de cartas desmorona-se

Eu já tinha chamado a atenção para o facto de Osama Bin Laden ter confirmado a sua responsabilidade nos atentados de 11 de Setembro de 2001, num vídeo em que ele os descreve segundo a versão governamental. Demonstrei também que o atentado do Pentágono não ocorreu dessa forma, tal como Scholars for 911 Truth demonstrou que o atentado ao World Trade Center também não aconteceu dessa forma. Por outras palavras, fiz notar que a função de Osama Bin Laden é acreditar os embustes da administração Bush.

O processo de informação circular continua: a administração Bush afirma que a Al Qaida é responsável pelos atentados nos Estados Unidos e no Iraque, depois a Al Qaida confirma as imputações da administração. Os factos descritos nessas declarações nunca são verificados, e as pessoas contentam-se com esse diálogo e acontecimentos virtuais.

No caso do Iraque, ninguém parece perceber que se Abu Mussab al-Zarqawi e Abu Omar al-Baghdadi são personagens postas em cena pelo departamento de operações psicológicas do exército terrestre estado-unidense, isso implica que as pessoas que testemunharam a sua existência e a sua afiliação à Al Qaida participam no mesmo sistema de embuste.

A existência e as funções de Zarqawi foram confirmadas num vídeo de Osama Bin Laden, difundido no dia 27 de Dezembro de 2004, no qual o chefe da Al Qaida o declara "emir da Al Qaida no Iraque". No dia 23 de Junho de 2006, tudo isso foi de novo confirmado, desta vez por Ayman Al-Zawahiri, o n.º 2 da rede terrorista, que lhe presta uma homenagem num vídeo.

Do mesmo modo, a existência e as funções de Abu Omar al-Baghdadi foram confirmadas, no dia 20 de Dezembro de 2006, por Ayman Al-Zawahiri, num vídeo difundido pela Al-Jazeera, no qual ele é felicitado por ter constituído o "Estado Islâmico Iraquiano" [20] .

É chegado o momento de vos perguntar: acreditam em George Bush que estigmatiza a Al Qaida no Iraque ou nos generais que reivindicam ter fabricado essa organização e inventado os seus líderes?

Tradução de Rita Maia.

[1« Quand l’état-major américain planifiait des attentats terroristes contre sa population » ;, par Thierry Meyssan, Réseau Voltaire, 5 novembre 2001.

[2Outre de nombreux articles et conférences, voir L’Effroyable imposture et Le Pentagate, Carnot éd., 2002 ; réédition Demi-lune, 2007.

[3« Le dossier des mercenaires du Fatah al-Islam est clos », par Thierry Meyssan, Réseau Voltaire, 23 juin 2007.

[4Cf. L’Effroyable imposture op. cit.

[5« Discours de M. Powell au Conseil de sécurité de l’ONU » (6e partie), Réseau Voltaire, 11 février 2003.

[6« Abou Moussab al-Zarkaoui, super-héros du Mal », par Vladimir Alexe, Réseau Voltaire, 19 juillet 2005.

[7« L’affaire Nicholas Berg », par Thierry Meyssan, Réseau Voltaire, 18 mai 2004.

[8« U.S. Says Files Seek Qaeda Aid In Iraq Conflict » par Dexter Filkins », The New York Times, 9 février 2004.

[9« Mort d’Al-Zarkaoui : l’ironie a voulu qu’elle coïncide avec la formation du gouvernement irakien (Rumsfeld) », Ria-Novosti, 9 juin 2006.

[10« Military Plays Up Role of Zarqawi », par Thomas E. Ricks, Washington Post, 10 avril 2006 ; et « Washington Post : L’Armée de terre US reconnaît officiellement que Zarkaoui est une opération de propagande psychologique », par Grégoire Seither, Réseau Voltaire, 12 juin 2006.

[11« Rebel grouping announces establishment of "Islamic State of Iraq" », BBC Monotoring, 15 octobre 2006.

[12« Iraqi Muslim scholars rejects Islamic State announcement », BBC Monotoring, 15 octobre 2006.

[13« Al-Qaeda in Iraq has 12,000 fighters : chief », AFP, 10 novembre 2006.

[14« Iraqi militant group posts Web offer of truce for U.S. to leave the country », Associated Press, 23 décembre 2006.

[15« Al-Jazeera TV shows "Islamic State of Iraq" gunmen parading in Mosul », BBC Monitoring, 6 janvier 2007.

[16« Purported Islamic State Of Iraq Head : Grp Making Own Rockets », Dow Jones, 17 avril 2007.

[17« Islamic State of Iraq says new brigade formed to attack with thermal bombs », BBC Monitoring, 30 mai 2007.

[18« "Islamic State of Iraq" announces establishment of 10-minister cabinet », BBC Monitoring, 20 avril 2007.

[19« Le chef irakien d’Al Qaïda en Irak, un personnage de fiction ? », Reuters, 18 juillet 2007. « U.S. Says Insurgent Leader It Couldn’t Find Never Was » par Michael R. Gordon, The New York Times, 19 juillet 2007.

[20« Al-Jazeera says Zawahiri urges support of "Islamic state of Iraq" », BBC Monitoring, 20 décembre 2006.