Na terça-feira, 21, começaram as escavações no Batalhão 13 onde foram enterrados desaparecidos enquanto há confusão sobre a posição das Forças Armadas.

Gónzalo Fernández, pró-secretário da Presidência comunicou que os Comandantes da Armada, Exército e Força Aérea, autorizaram informar que as Forças Armadas colaboraram na investigação sobre Direitos Humanos, após conversar com o Presidente Tabaré Vázquez.

Apesar do comunicado oficial tentar afastar rumores, os jornais opositores, "El País" e "El Observador", publicaram sobre um suposto mal-estar de militares com o avanço das investigações e da amplitude da interpretação da Lei sobre Prescrição, que envolveria os fatos ocorridos durante o regime ditatorial.

O outro ponto de debate é se a Lei de Prescrição deve incluir ou não o ocorrido antes do regime de fato, ou seja, anterior a 27 de junho de 1973. Para o Governo a lei é clara a respeito e não inclui. De esta forma ficariam excluídos os casos de Zelmar Michelini, Héctor Gutiérrez Ruiz e da nora de Juan Gelman.

De todas as formas o porta-voz oficial deixou a porta aberta para a possibilidade de que uma legislação sobre a violação dos Direitos Humanos anteriores a 27 de junho possa ser apresentada no Parlamento.

Tem uma boa dose de veracidade o fato de que Comandante Chefe, Angel Bertolotti, pediu uma entrevista com o Presidente Tabaré Vázquez e que este a fará até a próxima semana. As reuniões de alguns senadores com militares poderia estar relacionada a esse ponto do que se esperaria ver o avanço das conversações antes da entrevista. Esta metodologia da "conversação" é parte do sistema político uruguaio e muito utilizado entre os integrantes da Frente Ampla.

Como a tendência oficial em outros países latino-americanos, como Argentina e Venezuela, os funcionários oficiais advertem à população sobre a forma de informar/desinformar dos meios massivos de comunicação.

Neste caso quem saiu para enfrentar essa situação foi a conhecida jornalista Sonia Breccia, Diretora da TVEO e responsável pelo cotado programa Primeira Voz, na AM Livre. Breccia pediu para que se deixasse de ser ingênuo a respeito dos meios de comunicação e aprender a "ler e analisar" as formas de informar.

Breccia se referia ao assunto militar, fica evidente que esse ponto é ocasionalmente conjuntural dentro de uma estratégia para instruir à cidadania sobre a metodologia informativa/desinformativa dos meios.