Um acordo foi, de certeza, concluído entre Washington e Teerão para nomear um dos assassinos do General Qassem Soleimani para o cargo de Primeiro-ministro do Iraque, Mustafa al-Kadhimi.

Muito embora tenha a dupla nacionalidade britânica e iraquiana, al-Kadhimi é reputado como sendo próximo da CIA. Ele participou no Governo iraquiano no exílio, criado por Washington em torno de Ahmad Chalabi, para derrubar o Presidente Saddam Hussein. É também um próximo da Arábia Saudita, cujo Príncipe-herdeiro, MBS, foi a primeira personalidade estrangeira a felicitá-lo pela sua nomeação. Foi jornalista no Al-Monitor, depois Director dos Serviços de Inteligência iraquianos. Foi ele a parte iraquiana envolvida, em 2020, no duplo assassinato do General dos Guardas da Revolução iranianos, Qassem Soleimani, e do nº 2 das Hashd al-Shaabi (milícia iraquiana pró-iraniana), Abu Mahdi al-Mouhandis.

O General Qassem Soleimani era unanimemente considerado como o principal artesão, no terreno, da derrota regional do Daesh (E.I.). A sua morte foi vivida como um drama, não apenas pelo população iraniana, mas por todos aqueles que tinham sofrido com o Daesh(EI) no Médio-Oriente.

O Guia da Revolução Iraniana, o Aiatola Ali Khamenei e o Secretário-Geral do Hezbolla libanês, Hassan Nasrallah, choraram-no comc irmão. Mais surpreendente, o Governo iraniano do Xeque Hassan Rohani juntara-se às lamentações quando não o suportava e via nele um sério rival político. Colocou-se mesmo a questão de um eventual acordo prévio do Presidente Rohani ao seu assassinato.

Seja como for, a nomeação como Primeiro-Ministro do Iraque de Mustafa al-Kadhimi atesta que :
 1. Os Estados Unidos e o Governo iraniano, continuamente desde 2003, supervisionam em conjunto a vida política do Iraque apesar da sua discordância em outros assuntos.
 2. O assassinato do General Soleimani não apenas não suscitou acção vingativa de relevo, como, pelo contrário, foi tomada como uma chamada justificada à ordem. A morte do principal chefe militar xiita e, algumas semanas antes, a do principal chefe militar sunita, o Califa Abu Bakr al-Baghdadi, marcaram a retoma em mãos do Médio-Oriente pelo Presidente Donald Trump.

Tradução
Alva