Alfredo Jalife-Rahme
Professor de Ciências Políticas e Sociais da Universidade Nacional Autónoma do México (UNAM). Escreve artigos sobre política internacional no jornal La Jornada. Último livro publicado: China irrumpe en Latinoamérica: ¿dragón o panda? (Orfila, 2012).
219 artigos


A guerra na Síria mostrou que as Forças Armadas dos EUA perderam a sua superioridade em matéria convencional em favor da Rússia. O desenvolvimento por Moscovo de uma nova geração de vectores nucleares hipersónicos atestaria igualmente a ultrapassagem aos Estados Unidos em matéria nuclear. Procurando recuperar o seu atraso, o Pentágono pretende aproveitar-se —enquanto ainda é tempo— da sua superioridade quantitativa nuclear para impor as suas escolhas à Rússia e à China.

O Presidente Donald Trump havia prometido limpar os estábulos de Augias. Foi exactamente o que começou em Hollywood com o escândalo Weinstein. Por sua iniciativa ou simplesmente com o seu apoio, os principais magnatas de Hollywood estão em vias de cair levando na sua queda os puritanos do Partido Democrata. Colocado no contexto político dos Estados Unidos, este assunto precede uma operação similar que será lançada contra Silicon Valley e terminará no Calexit.

Enquanto a imprensa ocidental se riu da grande missa do Congresso do Partido Comunista Chinês, Alfredo Jalife leva muito a sério os anúncios do Presidente Xi. Longe de o comparar a um imperador, vê nele um dos altos-funcionários que construiram a China milenar. Ele salienta a continuação do projecto da Rota da Seda e a vontade assumida de nela envolver investidores ocidentais através de um financiamento em dólares. Ele ressalta, igualmente, a reforma da estrutura de comando das Forças Armadas tendo em vista o seu desenvolvimento.

Enquanto os Estados Unidos, por um lado, e França e Turquia, por outro lado, estão tentando remodelar o Levante à sua própria maneira, Alfredo Jalife-Rahme destaca a continuidade entre o plano Oded Yinon de 1982 e a estratégia atual de Moshe Ya’alon. Enquanto endossando a visão de ambos os planos, Israel continua a perseguir sua própria agenda de balcanização [termo geopolítico; fragmentação de uma região ou estado - NT].

Para o geopolítico Alfredo Jalife-Rahme, o conflito entre Estados Unidos e a Rússia não depende das relações entre os presidentes de ambos países. Prova disso é o facto que a propaganda anti-russa provêm, fundamentalmente, das publicações ligadas aos meios financeiros anglo-saxónicas. A guerra mundial já está aqui, expressando-se primeiramente em teatros de operação periféricos e através de ciberataques. Se nos próximos anos a Casa Branca não se decidir a fazer algo para conter as acções do grupo de pressão vinculado aos meios financeiros, a guerra nuclear será inevitável.

Para o especialista mexicano em geopolítica Alfredo Jalife-Rahme, a simultaneidade dos eventos ilumina seu significado: logo depois de anunciar a criação de uma alternativa ao Fundo Monetário Internacional e ao Banco Mundial, isto é, o dólar, a Rússia está tendo que enfrentar, ao mesmo tempo, a acusação de ter derrubado o jato da Malaysia Airlines; o ataque israelense em Gaza, apoiado pela inteligência militar dos EUA e do Reino Unido; o caos na Líbia; e a ofensiva do Estado Islâmico no Levante. Além disso, em cada um desses teatros de guerra, a luta gira em torno do controle dos hidrocarbonetos, que até agora foram negociados exclusivamente em dólares.
Blackstone e Jacob Rothschild, beneficiários no desaparecimento do voo da Malaysia Airlines?
Alfredo Jalife-Rahme

A busca internacional do vôo desaparecido MH 370 mostrou que Washington foi capaz de controlar a aeronave muito além do que admitiu até agora e que esperou uma semana antes de revelar o que sabia. A pesquisa mostrou também que a China não possui os portos de reabastecimento para implantar sua Marinha em uma área tão grande. Mas, além da notícia e das respectivas capacidades estratégicas que trouxe à luz, este desaparecimento enigmático tem feito pelo menos algumas pessoas felizes: Blackstone e Jacob Rothschild.

As reuniões encadeiam-se em sequência elevada para os dirigentes Mundiais.Depois da Cimeira da Otan e do G-8 em Chicago e exactamente antes da cimeira da Terra no Rio, e da cimeira Europeia no fim do mês em Bruxelas, Alfredo Jalife analisa a Reunião do G20 que acaba de ter lugar no México . Segundo ele, 2012 é um ano de Transição e as contradições que atravessam o governo económico Mundial são demasiado importantes para esperar decisões espectaculares. À sombra das pirâmides mexicanas, é antes para os encontros bilaterais que ele nos convida a dirigir a nossa atenção.

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