Fonte
Russia Today (Rússia)
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Após o impeachment parlamentar de Dilma Rousseff (Brasil) e a chegada de Mauricio Macri à Casa Rosada (Argentina), os Estados Unidos tentam desesperadamente aumentar sua presença militar na América Latina e, especialmente, no Cone Sul. Peru, um dos países da Aliança do Pacífico, é a mais recente vítima das incursões imperiais de Washington. O governo regional do Amazonas (Peru) aprovou no final de 2016 a instalação de uma nova base militar dos EUA que, para a opinião pública, é apresentada como um centro de resposta a desastres naturais.

Nos últimos meses, os países emergentes tinham vendido um imenso lote de títulos do Tesouro dos EUA, principalmente a Rússia, a China e a Arábia Saudita. Além disso, para se proteger de flutuações violentas do dólar, os bancos centrais de vários países adquiriram grandes quantidades de ouro para diversificar suas reservas de moeda. Em resumo, a ofensiva global contra o dólar explodiu através da venda maciça de dívida dos EUA e, em paralelo, a compra maciça de metais preciosos.

Já não há dúvida possível de que está completamente esgotada a artilharia dos bancos centrais dos países industrializados para combater a crise. Reunidos no encontro anual rotineiro de Jackson Hole, os responsáveis pela política monetária ouviram, apavorados, o discurso da presidenta do banco Reserva Federal dos EUA, (Federal Reserve, Fed) Janet Yellen, a qual, em vez de afastar as dúvidas que cercam hoje a economia global, alimentou ainda mais o pânico: é impossível continuar a confiar em que a economia dos EUA será a locomotiva que arrancará do baixo crescimento as nações industrializadas.

Os governos da América do Sul se encontram em uma encruzilhada. As economias da região latino-americana se contraíram em 2015 e, segundo diversas estimativas, terão um crescimento nulo em 2016. Nada indica que os preços dos produtos primários vão subir. De novo surge o dilema entre realizar ajustes de gasto público e solicitar empréstimos às instituições de crédito submetidas ao Departamento do Tesouro dos Estados Unidos. Contudo, Ariel Noyola considera que os mandatários da região também poderiam apostar em fortalecer as bases da arquitetura financeira sul-americana mediante a inauguração do Banco do Sul, um projeto que ficou parado durante mais de oito anos e que, frente à gravidade da situação econômica atual, pode impedir o aprofundamento da crise.
O Congresso dos Estados Unidos dá o braço a torcer e aprova a reforma de cotas do FMI
Ariel Noyola Rodríguez

Aparentemente, o ano de 2015 marca o início da revolução no interior do FMI. Primeiro, se aprovou a inclusão do yuan, a moeda chinesa, entre os DEG, a cesta de divisas criada em 1969 para servir de suplemento das reservas oficiais dos países-membros. Agora, graças à aprovação do Congresso dos Estados Unidos, o FMI poderá implementar finalmente a reforma do sistema de quotas de representação, com o qual a China e outras potências emergentes ganharão peso na tomada de decisões, enquanto os países do continente europeu perderão relevância. Não obstante, ainda é prematuro concluir que se trata de uma transformação radical na correlação de forças dentro do FMI: os Estados Unidos continuarão mantendo seu poder de veto.

Apesar da forte oposição do Tesouro dos Estados Unidos, o FMI finalmente aprovou em 30 de novembro a inclusão do yuan nos Direitos Especiais de Saque, uma cesta de moedas criada em 1969 para suplementar as reservas oficiais existentes dos membros do organismo multilateral. Assim, a moeda chinesa se tornará a partir do próximo 1 de outubro de 2016 o quinto integrante da cesta do FMI. E a influência financeira da China a nível mundial continuará crescendo rapidamente: o peso do yuan nos Direitos Especiais de Saque será maior em comparação com o iene japonês e a libra britânica.

Após a reintegração da Crimeia ao território russo, os Estados Unidos estão pressionando as autoridades reguladoras da União Europeia para restringir o acesso da Rússia ao SWIFT, o sistema de pagamento internacional fundado por 200 bancos anglo-saxões em 1970. Em resposta, o governo de Vladimir Putin lançou um sistema alternativo de pagamentos que começa a expandir suas operações entre os bancos russos e, que por sinal, também serviu como inspiração para a China e para outros países que compõem os BRICS.

Ante a desaceleração econômica, o Governo da Arábia Saudita decidiu realizar uma série de reformas visando estimular os fluxos de investimento extrangeiro. A liberalização da bolsa de valores é o projeto mais ambicioso. Contudo, resta saber se conseguem evitar as práticas especulativas dos banqueiros de Wall Street ou se a alta da bolsa de Tadawul se tranforma na semente de sua própria crise...

As negociações entre a Grécia e o Eurogrupo não deverão avançar. A Troika insiste que o ministro das Finanças, Yanis Varoufakis, apresente uma proposta de reforma "plausível" para os credores. Em outras palavras, acabar com os direitos trabalhistas, intensificar a austeridade e, assim, dar prioridade para o pagamento da dívida. O tempo está se esgotando e a confiança depositada no Syriza também, portanto, em nenhum outro momento como agora está tão claro que a Grécia precisa buscar oxigênio fora dos limites da união monetária.

Durante sua visita ao Brasil e ao Peru, o primeiro-ministro da China, Li Keqiang, se comprometeu com a construção da “Rota da Seda” da América do Sul; uma ferrovia de alcance continental que conectará os oceanos Atlântico e Pacífico. Entre seus objetivos, o megaprojeto buscará estimular a industrialização e, com isso, promover o desenvolvimento econômico da região.
Como o Mercosul e a União Euro-asiática desafiam os Estados Unidos e a hegemonia do dólar
Ariel Noyola Rodríguez

Diante da ofensiva imperial empreendida por Washington contra a Rússia e os governos eleitos democraticamente na América Latina, a associação estratégica entre Mercosul e União Euro-asiática surge como mecanismo decisivo na defesa da soberania e na construção de uma ordem mundial multipolar, cada vez mais longe da órbita do dólar e menos centrado na economia dos Estados Unidos.

O presidente francês François Hollande (ao centro) e o seu ministro dos Negócios Estrangeiros Laurent Fabius (segundo à direita) posam em companhia de opositores sírios por ocasião da terceira reunião do grupo de “Amigos da Síria”, realizada em Paris a 6 de julho de 2012. Foto: Reuters
«A França está se encarregando de prover os rebeldes sírios com dinheiro e artilharia por conta dos Estados Unidos, que não querem sujar as mãos antes das eleições presidenciais de novembro», declarou o professor (...)

Uma Síria de 22 anos testemunhou perante uma cadeia de TV nacional ter colaborado com grupos de terroristas armados em Duma, localidade da província de Damasco, e ter sido cúmplice no rapto de mulheres assim como nas torturas a que eram submetidas no decurso de interrogatórios antes de serem assassinadas.
As declarações de Sabah Othman, uma Síria de 22anos nascida em Duma, foram difundidas este fim de semana pela TV síria. No início do seu testemunho ela disse ter-se casado aos 14 anos e ter sido (...)
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