Savvas Kalèndéridès
Brigadeiro do Exército de terra grego. Demitiu-se em 2000, após a captura do líder curdo Abdullah Öcalan pela CIA, Mossad e o MIT turco. Ele estava, na altura, em missão de acompanhamento em Nairóbi (Quénia) por conta do S. de Inteligência Grego. Muito popular na Grécia e em Chipre é autor de numerosas obras de análise geopolítica, e dirige a casa editora Infognomon e o sítio («síte») internet InfognomonPolitics.
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Desde há seis meses, a Turquia ameaça a França, a Bélgica e a Alemanha, e intima-os a ajudar a eliminar o movimento de libertação nacional Curdo. Ideologicamente o regime de Recep Tayyip Erdoğan considera, com efeito, que os Turcos são uma «raça superior» e que os Curdos devem obedecer ou ser eliminados. A França, que havia tomado o compromisso de ajudar a Turquia a resolver a questão curda «sem comprometer a integridade do seu território» (isto é, movendo os Curdos turcos para a Síria), mas, que já não está à altura de manter a sua promessa, foi a primeira atingida. A Bélgica que dá asilo a Curdos, foi o segundo alvo.

Sublinhamos, frequentemente, que as sanções decretadas por Washington contra a Rússia, a propósito da adesão da Crimeia à Federação, não custam nada aos Estados Unidos, mas são pesadas de consequências para os seus aliados. Para o geo- politólogo grego Savvas Kalederides, não há razão nenhuma para que a Grécia e Chipre sancionem a Rússia, especialmente quando o primeiro pedido provêm de Londres, que não aplicará à City as sanções que exige que os outros implementem.

A reunificação da Crimeia com a Rússia marca o princípio do fim da atracção e da hegemonia do bloco Estados Unidos-União Europeia sobre o continente europeu, e provavelmente sobre o resto do mundo. Savvas Kalederides estima que esta viragem histórica modifica também a política energética europeia e levanta novas interrogações quanto ao traçado das vias de abastecimento. A questão da Crimeia terá repercussões sobre todos os aspectos da política na Europa, e sobretudo nos Balcãs.