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Axis for Peace
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Depois de ter analisado a igualdade dos homens e a diferença de culturas, depois relembrado que desconfiamos das pessoas que não conhecemos, o autor aborda quatro aspectos do Médio-Oriente : a criação colonial de Estados ; a necessidade das populações em esconder os seus chefes ; o sentido do tempo ; e a utilização política da religião.

Em matéria de relações internacionais, muitas coisas são evidentes e não precisam de ser ditas. No entanto, elas percebem-se melhor ao ser explicitadas. Nesta primeira parte, o autor trata do sentimento de superioridade que temos todos e de nossos preconceitos inconscientes sobre a má-fé dos nossos interlocutores. No episódio seguinte, ele tratará das especificidades do Médio-Oriente.
Debate com Thierry Meyssan
A transformação das sociedades por ocasião do Covid-19 anuncia a militarização da Europa
Thierry Meyssan

Reproduzimos uma conversa entre Thierry Meyssan e um grupo de estudantes. Aí, ele explica que as respostas políticas ao Covid-19 não são do foro médico. Um grupo transnacional, parcialmente identificável, aproveitou a ocasião fornecida pela epidemia para tentar impor uma transformação profunda das sociedades europeias, tal como utilizou os atentados do 11 de Setembro de 2001 para transformar os Estados Unidos. Ainda temos tempo para nos opormos à programada hierarquização do mundo.

A França é esse estranho país que não deixou de colaborar com os mais diversos invasores até acabar por se revoltar com honra ; um país de início covarde que depois sempre se mostra bravo. Sem reflectir, como é seu hábito, acaba de abandonar a divisa dos seus antepassados, à que, sem dúvida nenhuma, em breve ela regressará com glória.

Enquanto as populações têm os olhos postos nos números da progressão do coronavirus, uma profunda reorganização dos executivos tem lugar dando o primado aos altos funcionários de Saúde sobre os políticos. Na sombra, banqueiros e militares agitam-se esperando confiscar o Poder em seu proveito.

No fim da Segunda Guerra Mundial, os nazis massacraram os Judeus da Europa e os Ciganos. A interpretação actual de um destes genocídios apoia-se num mau conhecimento da condição humana e desperta uma quantidade de paixões que, longe de evitar a sua repetição, pelo contrário os favorecem.

Em 48 países simultaneamente, enormes manifestações colocam em causa o regime político do Estado. A supremacia do modelo democrático, aceite por quase todos no fim do século XX está hoje em dia posto em causa. Para Thierry Meyssan, nenhum sistema constitucional permitirá resolver os problemas actuais que são antes de mais a consequência de valores e de comportamentos.

O Conselho Europeu de Negócios Estrangeiros (Relações Exteriores-br) reuniu-se, em 9 de Dezembro de 2019, em Bruxelas, para estatuir sobre a sua política no Ártico.
Descaradamente, o Conselho declarou que «reconhecia a responsabilidade principal dos Países do Ártico no desenvolvimento do Ártico, mas considera igualmente que muitos dos problemas afetando a região são de natureza mundial e são tratados mais eficazmente por meio de uma cooperação regional ou multilateral, em particular o Conselho do (...)

Contrariamente ao que se pensa, o multilateralismo que promovem os Europeus não se opõe ao bilateralismo praticado hoje em dia pelos Estados Unidos, mas ao Direito Internacional. O «Forum de Paris sobre a paz», organizado pelo Presidente Emmanuel Macron, não permitiu alcançar um método para prevenir os conflitos, apenas tentar salvar o que resta de quatro séculos de hegemonia europeia.

As seis principais potências mundiais abordam a reorganização das relações internacionais em função das suas experiências e dos seus sonhos. Prudentemente, pensam primeiro defender os seus interesses antes de promover a sua visão do mundo. Thierry Meyssan descreve as respectivas posições antes que a luta comece.

Duas políticas estão em destaque a nível mundial. A primeira visa defender o futuro da humanidade pondo fim à principal causa actual das guerras : o acesso às fontes de energia fosseis. A segunda entende defender o planeta limitando, para tal, a produção de CO2, principalmente a imputável à utilização de energias fosseis. Estas duas políticas contradizem-se. Importa, pois, escolher a nossa prioridade.

O antigo Presidente francês, François Hollande, foi o primeiro a reconhecer a derrota do mundo antigo. Numa entrevista à AFP, declarou :
«O que é que se verificou nesta, talvez, última etapa do conflito sírio? A vitória de todos aqueles que não se queria ver triunfar: o regime de Bashar, a Turquia, que, na realidade, quer caçar os Curdos que são nossos aliados, e Vladimir Putin, que é o pacificador e quem tem soldados que vêm, aliás, ao mesmo tempo que os Iranianos, proteger e salvar o regime de Bashar (...)

Thierry Meyssan sublinha a extrema gravidade, não da retirada dos EUA da Síria, mas do colapso dos pontos de referência actuais no mundo. Entramos, segundo ele, num curto período de transição, no decurso do qual os actuais mestres do jogo que são os «capitalistas financeiros» —e aqueles que ele designa assim não têm qualquer relação nem com o capitalismo original, nem com a banca original— vão ser afastados em proveito de regras de Direito enunciadas pela Rússia em 1899.

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