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CentCom : Controlo do «Grande Médio-Oriente»
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Washington parece ter abandonado o seu mapa de remodelagem do Levante por um outro. Entretanto, o falhanço do primeiro projecto e a resistência da população síria não são de bom augúrio para a realização deste novo plano. Thierry Meyssan volta a analisar os reajustamentos que isto exige e a divisão que ele cria no seio da coligação: de um lado os Estados Unidos, Israel e Arábia Saudita, e de outro a França e a Turquia.

Nesta análise, nova e original, Thierry Meyssan expõe as razões geopolíticas do fracasso da guerra contra a Síria e os objectivos reais da pretensa guerra contra o Daesh(E.I.-ndT). Este artigo é particularmente importante para compreender as relações internacionais actuais e a cristalização dos conflitos no Levante (Iraque, Síria e Líbano).

Terça-feira, 13 de outubro, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, declarou: «Aqueles que estão envolvidos nos bombardeamentos no Médio-Oriente não procuram a paz, mas sim o petróleo».
Interrogada a 14 de outubro, aquando do encontro de imprensa diário do Departamento de Estado dos Estados Unidos, a porta-voz Jen Psakis reafirmou que o único objetivo da Coligação (Coalizão-br), e de seus parceiros, era lutar contra a ameaça do Emirado Islâmico.
Ora, no terreno de operações, apesar (...)

Em Kobané e na sua região, onde mais de 300 000 Curdos sírios estão ameaçados de extermínio pelo Emirado islâmico, todos podem avaliar a duplicidade da Otan. Enquanto o comandante em chefe da Coligação americana declara lutar contra o Emirado islâmico, um membro da Otan, a Turquia, fornece-lhe a assistência militar e médica de que necessita, impede os civis de fugir e os combatentes do PKK de vir em seu socorro.

14 pessoas morreram na Turquia durante as manifestações em defesa dos Curdos da Síria.
Desde o início da Operação aliada na Síria e no Iraque para supostamente lutar contra o Daesh (o «Emirado Islâmico»), a Turquia, que é membro da Coligação (Coalizão- Br) internacional, não só nada fez para ajudar os Curdos da Síria, como fechou a sua fronteira de modo a que eles não possam escapar, e os combatentes do PKK turco não possam vir em seu socorro.
De facto, a Turquia ajuda o Daesh a limpar (...)

O aiatola Ali Khamenei, Guia supremo da Revolução, publicou uma lista de 11 pontos não-negociáveis à atenção da delegação iraniana às conversações 5 + 1.
De acordo com as nossas informações, a delegação iraniana teria já acordado com os «Ocidentais» o modo de fazer virar o seu país para o seu campo . Para acalmar o jogo quanto às fugas de informação (vazamentos-Br), o presidente Hassan Rohani declarou, à primeira cadeia de televisão russa, que ele não tinha a intenção de excluir a (...)

Enquanto a imprensa ocidental se foca, totalmente, sobre a construção de uma coligação internacional contra o Emirado Islâmico, este continua a sua progressão. Thierry Meyssan, que muitas vezes explicou a criação desta organização terrorista por Washington, não pensa que esta coligação irá tomar qualquer acção decisiva, mas que, pelo contrário, ela o enquistará no Nordeste da Síria afim de desestabilizar todo o mundo árabe.

Situando a actual operação jihadista no Iraque a longo prazo, o geógrafo Manlio Dinucci não a interpreta como um transbordamento da guerra na Síria, mas como a terceira guerra dos EUA no Iraque. Por consequência, para ele, é a guerra na Síria, que é um transbordo da guerra no Iraque.

Quando tudo está configurado para criar um Curdistão independente, Thierry Meyssan vê nisso uma manipulação do sonho do povo curdo em proveito de Israel, dos Estados Unidos e da Turquia. Tal como também denuncia o projeto de limpeza étnica dos Barzani e destaca a oposição do PKK à criação de um «Curdistão» deste tipo.

Desde o início da guerra contra a Síria, a Turquia joga o papel de base de retaguarda dos mercenários. Em 2013, uma parte da fronteira desapareceu e o Governo turco administrava directamente as populações turcomenas do Norte da Síria. Em março de 2014, o exército turco envolveu-se no território sírio e tomou a cidade arménia de Kassab.
No entanto, em meados de Junho de 2014, enquanto o EIIL internava em território iraquiano e o governo autónomo do Curdistão evocava a sua independência, (...)

A BBC revelou em seu Newsnight de 3 de julho de 2014 que, no início de 2012, o governo de David Cameron estava hesitante em aceitar um plano contra a Síria, proposto por Lord David Richards então Chefe do Estado Maior britânico .
O Reino Unido teria treinado e equipado 100.000 homens na Turquia e na Jordânia. Eles teriam invadido a Síria por terra e tomado Damasco, beneficiando de um ataque aéreo britânico em uma escala comparável aquela utilizada em Bagdá(Bagdade-Pt), em 2003.
O (...)

Em poucas semanas, duas entidades, às quais poucas pessoas garantiam um futuro, estão em vias de o concretizar: o Curdistão e o Califado. A análise de Thierry Meyssan, segundo quem estas duas entidades agem, ambas, sob instigação de Washington, é confirmada pelos acontecimenos. Ele examina aqui os últimos desenvolvimentos.

25 de junho, 2014, o presidente de Israel, Shimon Peres, e o ministro das Relações Exteriores, Avigdor Lieberman, reuniram-se com o presidente Barack Obama e o secretário de Estado John Kerry para ultimar o acesso do Curdistão iraquiano à independência.
O primeiro-ministro Benyamin Netanyahou anunciou, pouco depois, que Israel apoiava a criação de um Estado curdo independente no norte do Iraque, durante um discurso no Instituto para Estudos de Segurança Nacional da Universidade de (...)

Os Mujahideen do Povo (oposição armada iraniana, financiada por Washington) realizaram um grande comício em Villepinte, perto de Paris, a 27 de junho de 2014. Mais de 80 000 pessoas participaram no evento.
Se a reunião era, inicialmente, para apoiar a base militar dos Mujahideen no Iraque, o Campo Asharaf, e o seu combate contra o Irão, a presidente Maryam Rajavi usou o seu discurso para condenar, violentamente, o primeiro-ministro iraquiano Nouri al- Maliki, e regozijar-se com o avanço (...)

A invasão este mês de uma parte do Iraque por um exército privado, o Emirado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL), enquadrado pelos Estados Unidos, França e Arábia Saudita, não é mais do que a terceira guerra travada por Washington no Iraque. Ou melhor, é a continuação de uma guerra que começou em 1990 e ainda não terminou, apesar da retirada das forças dos E.U. a 15 de Dezembro de 2011. Manlio Dinucci lembra-nos sobre o sentido desta invasão na sua longa trajectória.

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