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A tomada do Capitólio pelos partidários do Presidente Trump é apresentada como uma tentativa de Golpe de Estado, quando este ainda está na Casa Branca. Vendo melhor, poderá ser o contrário. A liberdade de expressão acaba de ser confiscada por um Poder ilegítimo, em proveito de Joe Biden.

Se Joe Biden for entronizado presidente dos Estados Unidos, poderá vir a apoiar os projectos dos presidentes iraniano e turco. Poderá favorecer a constituição de um império regional iraniano no Levante e de um império regional turco no Cáucaso, ambos em detrimento da Rússia. Thierry Meyssan examina aqui as mudanças acontecidas no Irão.

Com a invenção da imprensa, inúmeros autores contestaram os a priori da sua época. Foram necessários quatro séculos de lutas para que o Ocidente acabasse por garantir a liberdade de expressão. No entanto, com a invenção da Internet a qualidade de autor democratizou-se e a liberdade de expressão foi imediatamente posta em causa. Serão precisos talvez vários séculos para absorver este choque e restabelecer esta liberdade. Enquanto isso, a censura está de volta.

Se a destruição de cinco Estados do Médio-Oriente Alargado no decurso das duas últimas décadas foi conseguida graças a guerras mortíferas, a do Líbano foi realizada pelos próprios Libaneses, sem se darem conta. A resistência impotente viu o país afundar-se. Com efeito, é possível ganhar uma guerra sem ter que combater.

O problema já não é saber quem foi legitimamente eleito presidente dos Estados Unidos, mas quanto tempo se poderá adiar a guerra civil ? Longe de ser um combate entre um apresentador de televisão narcísico e um velho senil, o país dilacera-se sobre uma questão cultural fundamental latente desde a sua criação.

Ninguém contestou as regras da OTAN durante a Guerra Fria, salvo a França. Mas em vista das suas derivas desde 2001, todos os seus membros (salvo a Turquia) procuram deixá-la, incluindo os EUA para quem ela é todavia indispensável. O relatório interno sobre aquilo que ela deveria vir a ser ilustra as suas contradições e a dificuldade em reformá-la.

A graça outorgada pelo Presidente Trump ao seu antigo Conselheiro de Segurança Nacional, o General Michael Flynn, parece ser um apoio a QAnon ; um grupo que parece estar ligado a este. Tal como o despedimento de chefes do Pentágono parece servir os objectivos do General Flynn.

O Pentágono que havia planificado a guerra do Alto Carabaque foi dobrado pelos seus aliados britânicos. Mas, nenhuma das grandes potências se preocupou quanto aos mortos que provocaria. De resto, se Londres e Ancara renovaram a sua aliança histórica, Washington e Moscovo nada ganharam, e Georges Soros e os Arménios ficaram a perder muito.

Em plena contestação dos resultados da eleição presidencial, o Presidente Donald Trump começou a purgar o Pentágono dos chefes da rebelião. Primeiro visado, o Secretário da Defesa, o qual não cessou de mentir a fim de esconder os reais objectivos dos oficiais generais.

O resultado da eleição presidencial norte-americana marca o triunfo, não dos Democratas e de um Senador senil, mas da corrente puritana face aos Jacksonianos. Ele não reflecte em nada as opiniões políticas dos cidadãos norte-americanos e esconde a crise civilizacional em que o país mergulha.

Erradamente acusa-se o Presidente Erdoğan de querer restabelecer o Império otomano. Para ele, as conquistas territoriais não são um fim, mas um meio de estabelecer alianças. Após longas hesitações, pensa fazer-se proclamar não sultão, mas califa, e assim tornar-se o chefe dos sunitas do mundo inteiro.

Os Franceses ficaram a saber com estupefacção que o seu governo considera uma medida de ordem pública, um recolher obrigatório, como sendo eficaz para prevenir uma epidemia. Tendo toda a gente compreendido que nenhum vírus faz pausas de acordo com horários fixados por decreto e dado os muitos erros precedentes, coloca-se a questão que incomoda, um recolher obrigatório para quê?

Na guerra do Carabaque, o direito actual contradiz-se segundo aquilo que se interpreta em função da propriedade do território ou da auto-determinação do povo. Aproveitando-se deste equivoco, o povo turco (quer dizer, tanto a Turquia como o Azerbaijão) acabam de atacar este território, auto-proclamado independente (Artsakh) mesmo que ligado de facto à Arménia. A Rússia fez já saber que, em função dos tratados, defenderá a Arménia se esta for atacada, mas que a sua segurança nacional não é posta em causa pelo que se passa no Carabaque. Desde já, a única questão é estabelecer se a Turquia agiu a ordens dos Ocidentais, ou se tomou uma iniciativa que os seus aliados são susceptíveis de vir a virar contra ela.

O conflito do Alto Carabaque têm, é certo, a sua origem aquando da dissolução da URSS, mas ele foi relançado pela vontade do presidente turco. É pouco provável que este tenha tomado esta iniciativa sem a referir previamente a Washington. Fora também o que o Presidente Saddam Hussein fizera antes de invadir o Kuwait, caindo por ambição na armadilha que lhe fora estendida e que provocou a sua queda.
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