O antigo Primeiro-ministro do Kosovo Ramush Haradinaj foi detido pela Justiça francesa no aeroporto de Basel-Mulhouse, depois colocado em liberdade sob a exigência de contrôlo judicial. A Sérvia pede a sua extradição afim de o julgar pelos crimes que cometeu com o Exército de Libertação do Kosovo (UÇK) durante os anos 90.
O Kosovo é um estado criado pela OTAN, mas que não é reconhecido pela comunidade internacional.
Constituído pela OTAN a partir da máfia albanesa, o UÇK dedicou-se a uma campanha de terrorismo cego na Jugoslávia provocando uma repressão indiscriminada de Belgrado que serviu de justificação à guerra lançada pela OTAN. Os seus oficiais foram treinados, por conta da Aliança Atlântica, pelos KSK alemães na Turquia.
Um Tribunal Penal Internacional deveria ver a luz do dia, 17 anos mais tarde, para julgar os crimes perpetrados pelo UÇK, quando os imputados à Sérvia foram logo sancionados no imediato.
Incapaz de provar que o presidente Slobodan Milosevic havia cometido crimes contra a Humanidade, a OTAN fê-lo assassinar na sua cela de Haia, em 2006, após vários anos de julgamento. A sua morte prefigurava a de Saddam Hussein e de Muammar Gaddafi, igualmente vítimas da OTAN.
Ramush Haradinaj já foi julgado pelo Tribunal Internacional para a ex-Jugoslávia, em 2007. Os Serviços de Inteligência da OTAN recusaram fornecer à Procuradora Carla Del Ponte os documentos na sua posse incriminando-o. Mais de uma dúzia de testemunhas de acusação foram assassinadas quando se preparavam para depor perante o Tribunal. Haradinaj acabou finalmente por ser absolvido.
Dando-se o caso de um tribunal ad hoc ver o dia, o principal acusado seria o actual Presidente do Kosovo, Hashim Thaçi. Esperando, a Sérvia pede Justiça.
Aquando da audiência de acusação, Ramush Haradinaj insultou os magistrados franceses que acusou de estarem ao serviço do falecido Presidente Milošević. A sua advogada, Rachel Lindon, defendeu a incompetência de Belgrado para julgar o seu cliente argumentando o facto de ele já ter sido julgado em Haia. Mas a acusação observou que, tendo em conta a morte de testemunhas, o primeiro processo não tinha podido decidir sobre a totalidade dos crimes.
A extradição de Ramush Haradinaj para a Sérvia requer a aprovação do governo francês.
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