"Plaza de los museos", VI FSM, Caracas, Venezuela. Foto: Ricardo Infante

O "anti-Davos do Sul", nascido em Porto Alegre e cuja primeira edição foi realizada em 2001, viveu desde então num desenvolvimento acelerado: cinco fóruns mundiais centralizados (2001,2002,2003 e 2005, em dita cidade brasileira, y 2004, em Mumbai, Índia); um evento policêntrico, em três continentes (2006); três fóruns continentais europeus (Itália, França e Grã Bretanha); dois continentais latino-americanos (Equador e Caracas); dezenas de encontros nacionais em quase todos os continentes, centenas de encontros temáticos o sub-regionais.

Tudo parece comprovar que esta "maratona forística" responde a uma enorme necessidade da sociedade civil planetária, debilmente conectada antes, já tomando personalidade própria desde 2001, sensivelmente pelo fato de se conhecer.

Já são milhares e milhares as organizações, associações, redes, movimentos sociais e campanhas que se reconhecem umas as outras. E por trás das mesmas, há seres humanos, de carne e osso, que rompendo as imposições mais individualistas do sistema, também se reconhecem, se encontram, sonham, debatem, programam, propõem.

Falso seria idealizar este processo e muito mais perigoso seria contentar-se com os passos dados até agora, considerando-os como triunfais ou suficientes. É tão evidente a inviabilidade do atual sistema econômico-social hegemônico em nível planetário, e tão profundo o desgaste que o mesmo ocasiona ao planeta, que qualquer esforço humano, por enorme que seja, sempre será insuficiente.

E a vulgarização deste conceito, do "tempo político acelerado" como necessidade para evitar a auto-destruição do planeta, foi talvez um dos aportes essenciais do Fórum de Caracas que acaba de terminar.

Não se pode seguir esperando eternamente. A terra se consome lentamente ao uníssono de um sistema ilógico, inviável e desumano.

Seguramente, em Davos, no Fórum Econômico Mundial suíço que vem a ser concluído, o debate essencial foi em torno da maior rentabilidade, os melhores ganhos, a mais eficiente "produtividade". Em Caracas, o debate essencial girou em torno da responsabilidade já, agora, atual, imediata, da espécie humana para salvar a casa comum.

Se poderá acusar o Fórum Social Mundial de falências propositivas. É um processo e as alternativas não são fáceis de identificar. No entanto, em Caracas, primou a preocupação humana sobre a terra e a espécie. E não é pouco.

Alguém disse em Caracas que os grandes problemas mundiais poderão começar a ser resolvidos com apenas um "pequeno" acontecimento político: se os Estados Unidos "declarassem a paz ao mundo". Completo: e se Davos declarasse o fim da miséria na terra?

Fonte
Adital (Brasil)
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