Fonte
Il Manifesto (Itália)
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Apresentada como uma operação tripartida, o ataque à Síria pelos EUA, Reino Unido e França, foi inteiramente coordenado pela NATO. Como a do Iraque, há quatortze anos, é fundamentada numa mentira oficialmente desmentida de antemão, pelos inspectores do desarmamento da OPAQ/OPCW.

Manlio Dinucci interpreta as mentiras britânicas do caso Skripal e da Guta oriental como a contrapartida europeia do que foram as mentiras dos Estados Unidos sobre o Iraque. Nos dois casos, salienta, os Ocidentais esforçam-se por manter o domínio do mundo, perante o aumento de poder da Rússia e da China.

O plano de mobilidade militar apresentado pela Comissão Europeia demonstra, publicamente, como a União funciona desde a sua criação. Se dispõe de uma certa margem de manobra, ela é, fundamentalmente, o obstrutor civil da Aliança do Atlântico Norte. Até hoje, nenhuma das normas da União Europeia difere das normas estabelecidas, antecipadamente, pela NATO. Consequentemente, quaisquer que sejam os poderes do Parlamento e do Conselho Europeu, os mesmos são apenas os orgãos de registo das decisões da Aliança, o único poder verdadeiro de Bruxelas. A decisão da NATO de normalisar as estruturas da União Europeia, ocorreu apenas, tardiamente, em 2015, o que força a Comissão Europeia, três anos mais tarde, a exteriorizar a sua sujeição à Aliança.

A campanha actual contra a Rússia readquire, imediatamente, os conceitos da propaganda nazi da Segunda Guerra Mundial e os princípios da Guerra Fria anti-soviética.Outrora, incriminando os “judeus” e os “comunistas”, as mesmas vulgaridades, desta vez contra a Rússia, dispensam argumentos e provas.

Sete anos após a intervenção militar da NATO contra a Líbia, todos os observadores concordam que se baseou em mentiras enormes e infringia o mandato do Conselho de Segurança. Se os ocidentais reconhecem agora que a população desse país era a mais rica de África e que o seu nível de vida desabou causando o seu exílio maciço, eles ainda não estão conscientes de que Muammar Gaddafi tinha vencido a escravidão e o racismo. Ao destruir o Estado, a NATO abriu deliberadamente os portões do inferno. Não só os trabalhadores imigrantes negros foram perseguidos, mas também os cidadãos líbios negros de Tawergha. Além do mais, o trabalho da Jamahiriya, de cooperação africana entre árabes e negros ficou reduzida a nada em todo o continente.

Este artigo deu origem a uma troca de correspondências: "Direito de resposta da NATO, réplica de Manlio Dinucci e comentário da Rede Voltaire", Rede Voltaire, 22 de Março de 2018.
Estão em curso, simultaneamente, durante a primeira metade de Março, dois grandes exercícios de guerra - um no Mediterrâneo em frente à costa da Sicília, o outro em Israel – ambos orientados e apoiados pelos comandos e pelas bases dos USA/NATO, em Itália.
No Dynamic Manta 2018 - exercício de guerra submarina, apoiado (...)

O discurso do Presidente russo, Vladimir Putin, sobre o Estado da Nação , dedicado às questões internas e internacionais, despertou pouco interesse político-mediático e alguns comentários irónicos, em Itália. No entanto, deve ser ouvido e lido com extrema atenção.
Evitando floreados diplomáticos, Putin põe as cartas na mesa. Denuncia o facto de que, nos últimos 15 anos, os Estados Unidos alimentaram a corrida aos armamentos nucleares, tentando obter uma nítida vantagem estratégica sobre a Rússia. O (...)

O plano foi pré-anunciado há três anos, durante a Administração Obama, quando os oficiais do Pentágono declararam que, «perante a agressão russa, os Estados Unidos estão a considerar a instalação de mísseis terrestres na Europa, com base no solo» . Agora, com a Administração Trump, o mesmo está oficialmente confirmado.
No ano fiscal de 2018, o Congresso dos Estados Unidos autorizou o financiamento de «um programa de pesquisa e desenvolvimento de um míssil de cruzeiro lançado a partir do solo, por uma (...)

Gavin Williamson (UK) & James Mattis (USA)
Existe um partido que, mesmo sem aparecer, participa de fato nas eleições italianas: O Partido da Otan, formado por uma maioria transversal que apoia explicitamente ou consente tacitamente o pertencimento da Itália na Grande Aliança sob o comando dos Estados Unidos.
Isto explica por que, em plena campanha eleitoral, os principais partidos aceitaram tacitamente os compromissos assumidos pelo governo no encontro dos 29 ministros da Defesa dos (...)

O Governo, que no período eleitoral continua responsável pela “resolução dos assuntos actuais”, está prestes a assumir outros compromissos vinculativos na NATO em nome da Itália. Serão oficializados no Conselho do Atlântico Norte, que acontece de 14 a 15 de Fevereiro, em Bruxelas, a nível dos Ministros da Defesa (para a Itália, Roberta Pinotti).
A agenda ainda não foi anunciada. No entanto, já está escrita na “National Defense Strategy 2018”, que o Secretário de Defesa dos EUA, Jim Mattis, lançou em 19 de (...)

O Nuclear Posture Review 2018, que é o relatório do Pentágono sobre a estratégia nuclear dos Estados Unidos, está atualmente em fase de revisão na Casa Branca. À espera de ser publicada a versão definitiva aprovada pelo presidente Trump, vazou (mais exatamente, o Pentágono fez vazar) o esboço do documento de 64 páginas [Documento para download aqui.].
O documento descreve um mundo em que os Estados Unidos têm pela frente “uma gama de ameaças sem precedentes”, provenientes de Estados e entes não (...)

O que aconteceria se caças bombardeiros russos, Sukhoi Su 35, introduzidos no aeroporto de Zurique, a cerca de dez minutos de voo de Milão, patrulhassem a fronteira com a Itália sob o pretexto de proteger a Suíça da agressão italiana? Em Roma, todo o Parlamento insurgir-se-ia, exigindo diligências diplomáticas e militares imediatas.
Por outro lado, o mesmo Parlamento aceita e, essencialmente, mantém em silêncio a decisão da NATO de colocar 8 aviões italianos de combate, Eurofighter Typhoon, na base (...)

Todos falam acerca do livro explosivo sobre Trump, com revelações sensacionais do modo como Donald dispõe o seu tufo de cabelo, de como ele e a esposa dormem em quartos separados, o que se murmura atrás dele nos corredores da Casa Branca, o que o filho mais velho fez que, ao encontrar-se com uma advogada russa, na Torre Trump, em Nova York, traiu a pátria e alterou o resultado das eleições presidenciais.
No entanto, quase ninguém fala sobre um livro com um conteúdo verdadeiramente explosivo, (...)

Há grandes obras em curso, no nosso território, de norte a sul. Não são as do Ministério das Infraestruturas e Transportes, das quais todos discutem, mas as do Pentágono que ninguém aborda. No entanto, elas são pagas, em grande parte, com o nosso dinheiro e envolvem riscos crescentes para nós, italianos.
No aeroporto militar de Ghedi (Brescia) , começa o projecto de mais de 60 milhões de euros, a cargo da Itália, para a construção de infraestrutura para alojar 30 aviões americanos F-35, comprados pela (...)

Os governantes europeus – desde a representante dos Negócios Estrangeiros da União Europeia, Mogherini, ao Primeiro Ministro, Gentiloni, desde o Presidente Macron à Chanceler Merkel – distanciaram-se, formalmente, dos Estados Unidos e de Israel sobre o estatuto de Jerusalém. Será que se está a criar uma fractura entre os aliados?
Os factos demonstram o contrário. Pouco antes da decisão de Trump sobre Jerusalém, a capital de Israel, quando a mesma já estava pré-anunciada, ocorreu o Blue Flag 2017, o (...)

“Que o futuro da Europa também se joga em África, creio que está muito claro, especialmente para nós, os italianos, por razões históricas e geográficas”: declarou o Presidente do Conselho, Paolo Gentiloni, na sua viagem em terras africanas, de 24 a 29 de Novembro, no seu percurso através da Tunísia, Angola, Gana e Costa do Marfim. Desta forma, sem querer, ele disse a verdade: hoje, a Itália e a Europa consideram a África muito importante pelas mesmas “razões históricas e geográficas” do passado, ou (...)

O aeroporto militar de Ghedi (na região de Brescia, Itália) se prepara para tornar-se uma das principais bases de operação dos caças F-35.
O Ministério da Defesa publicou no Diário Oficial a chamada para o projeto (2,5 milhões de euros) e construção (60,7 milhões de euros) das novas obras de infraestrutura para os F-35: o edifício de três andares do comando com salas de operação e simuladores de voo; o hangar para a manutenção dos caças, 3.460 metros quadrados com um guindaste de 5 toneladas, mais outras (...)

Após 60 anos de espera, a Ministra da Defesa, Roberta Pinotti, anuncia que está para ser lançada em Dezembro, a PESCO, a «Cooperação Estruturada Permanente» [Permanent Structured Cooperation] da União Europeia, no sector militar, inicialmente entre 23 dos 27 Estados membros.
O Secretário Geral da NATO, Jens Stoltenberg, explica o que é essa entidade. Participando no Conselho dos Negócios Estrangeiros da União Europeia, salienta «a importância, evidenciada por tantos líderes europeus, de que a Defesa (...)

"A NATO tem sido tradicionalmente flexível diante dos desejos dos seus membros e está aberta a dissociações de áreas políticas específicas, como o planeamento nuclear", diz um artigo no site da ICAN, uma coligação internacional de organizações não governamentais, merecidamente premiada com o Prémio Nobel da Paz de 2017.
Portanto, a Itália teria permissão da NATO para aderir ao Tratado da ONU sobre a Proibição de Armas Nucleares. Refere o artigo que, “São mais de 200, os deputados italianos que (...)

Os habitantes do bairro de Centocelle, em Roma, protestam com razão sobre o impacto da construção doPentágono italiano, no parque arqueológico e na sua área verde (il manifesto, 29 de outubro). Há, no entanto, outro impacto, muito mais grave, que fica em silêncio: o da Constituição italiana.
Como já documentado , o projecto de reunir os vértices de todas as forças armadas numa única estrutura, cópia em miniatura do Pentágono dos EUA, é parte integrante da «revisão do Modelo Operacional das Forças (...)

Os Democratas, que diariamente atacam o republicano Trump por suas declarações belicosas, votaram no Senado juntamente com os Republicanos pelo aumento em 2018 do orçamento do Pentágono de 700 bilhões de dólares, 60 bilhões a mais do que o próprio Trump pediu.
Acrescentando os 186 bilhões anuais para os militares reformados e outros itens, a despesa militar total dos Estados Unidos chega a cerca de um trilhão de dólares, um quarto do orçamento federal.
Foi decisivo o voto unânime do Comitê de (...)

Na véspera do início do Tratado de Proibição das Armas Nucleares, na Câmara dos Deputados, em 19 de Setembro, foi aprovada pela grande maioria (296 contra 72 e 56 abstenções), uma moção PD (abv. de Partido Democrático) assinada por Moscatt e outros. A mesma moção obriga o Governo a “continuar a perseguir o objectivo de um mundo sem armas nucleares através da posição importante do Tratado de Não Proliferação (TNP), considerando, compativelmente com os assuntos obrigatórios na sede da Aliança Atlântica, a (...)

No dia seguinte ao Presidente Trump propôr nas Nações Unidas um cenário de guerra nuclear, ameaçando "destruir totalmente a Coreia do Norte", abriu nas Nações Unidas, em 20 de Setembro, a assinatura do Tratado sobre a Proibição de Armas Nucleares. Votado por uma maioria de 122 Estados, o mesmo Tratado comprometia-se a não produzir ou possuir armas nucleares, não usá-las ou ameaçar usá-las, a não transferi-las nem recebê-las, directa ou indirectamente, com o objectivo da sua eliminação total.
No primeiro (...)

"A partir desta semana fixa-se o preço médio do petróleo em yuan chinês", anunciou, em 15 de Setembro, o Ministério venezuelano do petróleo. Pela primeira vez, o preço de venda do petróleo venezuelano já não é estabelecido em dólares.
É a resposta de Caracas às sanções emitidas pela administração Trump em 25 de Agosto, mais duras do que as impostas pela administração Obama, em 2014: elas impediam a Venezuela de receber dólares das vendas de petróleo para os Estados Unidos, mais de um milhão de barris por dia, (...)

Existe uma grande variedade de tensões e conflitos que se estendem desde o Leste Asiático até à Ásia Central, do Médio Oriente à Europa, da África à América Latina. Os "pontos quentes" ao longo deste arco intercontinental - Península da Coreia, Mar Meridional da China, Afeganistão, Síria, Iraque, Irão, Ucrânia, Líbia, Venezuela e outros - têm histórias geopolíticas e características diferentes, mas, ao mesmo tempo, também estão ligadas por um único factor : a estratégia com a qual o “Império Ocidental (...)

Os reflectores políticos-mediáticos, que salientam os testes nucleares e antimísseis da Coreia do Norte, deixam na sombra o quadro geral em que eles se inserem: o de uma corrida crescente aos armamentos que, enquanto eles mantêm um arsenal nuclear capaz de erradicar a espécie humana da face da Terra, apontam para transportadores de alta tecnologia cada vez mais sofisticados.
A Federação Americana da Ciência (FAS) estima que, em 2017, a Coreia do Norte tem “material suscéptivel de fissão nuclear (...)

Corte de fita, em 5 de Setembro, no Lago Patria (Nápoles), onde está sediado o Comando da Força Conjunta NATO – JFC Nápoles (Allied Joint Force Command, de Nápoles): no seu quartel general (85 mil metros quadrados, com uma equipa técnica sempre a aumentar, de 2.500 soldados e civis), o “Centro de Gestão Estratégica NATO para o Sul” (Nsd-S Hub). Fortemente favorecido pela Ministra Pinotti, destina-se a “reunir informações e a analisar uma variedade de problemas relacionados com instabilidade, terrorismo, (...)

Os reflectores dos meios políticos e da comunicação medática concentrados no que está a acontecer dentro da Venezuela, deixam na sombra o que está a ocorrer à volta desse país.
Na geografia do Pentágono, este quadro associa-se à área do Comando do Sul dos EUA (Southcom), um dos seis “comandos de combate unificados” em que os EUA dividem o mundo. O Southcom, que abrange 31 países e 16 territórios da América Latina e do Caribe,dispõe de forças terrestres, navais, aéreas e de um corpo de ‘marines’, às quais (...)

No ano fiscal de 2018 (que começa em 1 de Outubro 2017), a Administração Trump vai aumentar mais 40% do orçamento para a “Iniciativa de Tranquilização da Europa” (ERI), lançada pela Administração Obama depois da “invasão russa ilegal da Ucrânia em 2014”: anuncia o General Curtis Scaparrotti, Chefe do Comando Europeu dos Estados Unidos, e assim por direito, Comandante Supremo Aliado na Europa.
Tendo partido da quantia de 985 milhões de dólares, em 2015, o financiamento do ERI subiu para 3,4 biliões em (...)

Foi lançado ontem, na Guiana francesa, num foguete Vega da Agência Espacial Europeia, o satélite OPTSAT-3000 do Ministério da Defesa italiano, construído em Itália pela Avio. O satélite não é italiano, mas israelita. Foi comprado em 2012, ao abrigo de um acordo de cooperação militar entre Roma e Tel Aviv, segundo o qual a Alenia Aermacchi (empresa Finmeccanica, agora Leonardo) forneceu a Israel 30 aviões militares de treino avançado M-346 e as Indústrias Aeroespacias de Israel viabilizaram à Itália, o (...)

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