Tradução
Maria Luísa de Vasconcellos

Aquando dos atentados de 11 de Setembro, o Secretário da Defesa, Donald Rumsfeld e o seu conselheiro, Arthur Cebrowski, definiram a necessidade do Pentágono dominar, completamente, o campo de batalha mundial (Full-spectrum dominance), de modo a manter a unipolaridade do mundo. É precisamente o que, hoje, os Estados Unidos da América tentam estabelecer.

O Pentágono decidiu instalar mísseis nucleares de médio alcance na Europa, o que transformará este território num campo de batalha, quando houver uma guerra entre os dois Grandes. Sem sobressalto, a NATO e a União Europeia aprovaram este suicídio dos países europeus.

Por fim, o Presidente Trump alinhou-se com as ambições de destruição da Bacia das Caraíbas, do Estado Profundo americano. Reforçou o Vice Presidente Mike Pence e o Senador Marco Rubio na operação de desestabilização da Venezuela. Também poderá apoiar estes mesmos homens nos seus projectos para Israel e contra a Síria.

Durante sete anos de guerra contra a Síria, Israel interveio, secreta e permanentemente, dando apoio aéreo aos jihadistas, a fim de que eles pudessem derrubar a República. Desde o final de 2018, Tel Aviv mudou de táctica e agora efectua operações de bombardeio violentas e não se esconde mais. Tratar-se-ia de atingir alvos iranianos com o acordo tácito de Moscovo. No entanto, os alvos iranianos parecem ser, meramente, desprezíveis. Simultaneamente, Israel, que concluiu um acordo com os dirigentes do Hamas e os financia publicamente através do Catar, prossegue a sua guerra contra os civis de Gaza.

Criada em 2007, como resultado de um estudo israelita, o AfriCom (Comando dos Estados Unidos para África) nunca conseguiu instalar o seu quartel general no continente. A partir da Alemanha, esta estrutura leva - com a assistência da França na região do Sahel – operações anti-terroristas. Em troca, as multinacionais americanas e francesas detêm um acesso privilegiado às matérias primas africanas.
« A Arte da Guerra »
A Itália e a União Europeia votam a favor dos mísseis USA na Europa
Manlio Dinucci

O míssil Avangard está, pelo menos, dez anos à frente do armamento ocidental. Valentin Vasilescu apresenta as suas características técnicas. Este míssil, cujo ensaio bem-sucedido, teve lugar na presença do Presidente Putin, em 26 de Dezembro de 2018, estará à disposição do exército russo em 2019.

Que reacção suscitou em Itália, a advertência do Presidente da Rússia, Putin que o mundo subestima o perigo da guerra nuclear e que essa tendência se está a acentuar? Significativo, o comentário de ‘La Repubblica’, que fala de “tons muito alarmistas”. Eloquente, o silêncio praticamente absoluto de todo o arco parlamentar. Como se a Itália não tivesse nada a ver com a corrida armamentista nuclear que, advertiu Putin na conferência de imprensa do final deste ano, poderia levar à “destruição de toda a (...)

Os políticos europeus responsáveis mostram com ostentação ,o seu alinhamento com as directrizes da NATO. A Ministra da Defesa italiana manifesta-o em público, cantando um hino pacifista contra a Guerra do Vietnam, tal como os seus homólogos da NATO se divertiram há dois anos a cantar um hino contra a fome na Etiópia. Tudo é apropriado para reconhecer que os políticos perderam o seu poder e para fazer esquecer a realidade da guerra.
« A Arte da Guerra »
Os USA estão a preparar-se para o confronto com a Rússia e com a China
Manlio Dinucci

A Comissão sobre a Estratégia de Defesa Nacional dos EUA foi criada em 2017 para fornecer ao Congresso conhecimentos especializados nessa matéria. No entanto, a sua principal fonte de informação é o Instituto de Paz dos EUA, o equivalente da NED para o Secretariado da Defesa. Portanto, o seu ponto de vista bipartidário é, na realidade, aquele que o Pentágono deseja que seja defendido pelos partidos Democrata e Republicano.

A tentativa de reequilíbrio do fluxo comercial sino-americano de Donald Trump, não corresponde unicamente à sua vontade de fazer regressar aos Estados Unidos os empregos deslocalizados. Com efeito, a instalação de novas infraestruturas de transporte e de comunicação está a ameaçar, rapidamente, a posição de liderança dos Estados Unidos no mundo. O braço de ferro em volta da Huawei ilustra como se associam as preocupações económicas e militares. Vários Estados já observaram que, de momento, Washington não pode descodificá-los. Como acontece na Síria, eles apetrecharam totalmente os seus serviços secretos, com componentes eletrónicos da Huawei e proibiram os seus funcionários de utilizar outros.

Assim como a NATO denuncia a apreensão de navios ucranianos pela Rússia sem observar que os mesmos haviam violado o espaço marítimo russo, também o Secretário Geral, Jens Stoltenberg, denuncia o perigo dos mísseis russos. O princípio da propaganda é imutável: escamotear o contexto e distorcer a escala dos factos.

A Marinha Ucraniana violou deliberadamente o espaço marítimo russo na Crimeia em 25 de novembro de 2018.
Considerando a entrada das vedetas blindadas de artilharia Berdyansk e Nikopol e do rebocador Yani-Kapou nas suas águas territoriais como um acto hostil, a Rússia capturou-os. O Conselho de Segurança e Defesa da Ucrânia propôs ao Presidente Petro Poroshenko a introdução da lei marcial “durante 60 dias”. O Conselho de Segurança da ONU deve-se reunir urgentemente a pedido de ambas as partes.
A (...)
« A Arte da Guerra »
De 1945 até hoje, 20 a 30 millhões de mortes consumadas pelos USA
Manlio Dinucci

É um facto, não é uma análise, nem mesmo uma opinião: a “ordem internacional livre e aberta”, promovida desde 1945 pelos Estados Unidos, custou a vida de 20 a 30 milhões de pessoas em todo o mundo. Nenhum presidente, seja qual for, conseguiu mudar o ritmo desta máquina da morte.

Depois do insucesso de Emmanuel Macron em resolver a crise da Líbia, é a vez de Giuseppe Conte tentar algo. Roma está melhor posicionada do que Paris, pois tem o apoio da Casa Branca. No entanto, há pouca probabilidade de conseguir seja o que for, pois as “boas fadas” actuais, são os lobos precedentes que devoraram a Líbia.

Ao contrário dos artigos da imprensa atlantista, o MUOS não é um radar defensivo, mas um novo sistema de comunicação por satélite que permite ao Pentágono supervisionar acções ofensivas, em qualquer lugar do mundo. Uma de suas quatro bases terrestres está situada na Europa, precisamente em Niscemi (Itália).

Desde a governação de Silvio Berlusconi, a Itália tenta aproximar-se da Rússia com a qual tem muitos interesses em comum. No entanto, o compromisso nunca conduz a medidas concretas importantes, devido à Itália ser membro da NATO e, como tal, forçada a ser inimiga da Rússia.

O anúncio de que “Trump desrespeita o tratado nuclear histórico com Moscovo” - o Tratado sobre Forças Nucleares Intermédias (INF) - não foi inesperado. Mas agora é oficial. Para compreender o alcance de tal acto, devemos recordar o contexto histórico donde nasce o Tratado.
Foi assinado em Washington, em 8 de Dezembro de 1987, pelo Presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan, e pelo Presidente da URSS, Michail Gorbachev, acordado no ano anterior, na Cimeira de Reykjavik. Segundo o mesmo, os (...)

Longe de ser um simples exercício militar, o jogo de guerra « Tridfent Juncture 2018 » visa irradicar o ideal da neutralidade e a doutrinar os países nórdicos na cruzada USA contra a Rússia. Os Estados que participam acreditam ou acabarão por aceitar no perigo imaginário da « ameaça russa ».

Como se podia temer, o abandono de facto do Tratado INF - concluído entre Washington e Moscovo no final da Guerra Fria - reinicia esta competição. Só que, desta vez, é ainda mais complicado, pois foram os Estados Unidos, os primeiros que violaram o Tratado, ao mesmo tempo que também transgrediam o Tratado de Não-Proliferação e que a Rússia, discretamente, antecipava o seu avanço tecnológico, fingindo que deixava o problema arrastar-se.

A seguir à publicação, em 18 de Setembro de 2018, do artigo de Manlio Dinucci «A nova cortina de ferro», o governo letão fez chegar à redação de il manifesto, através da Embaixatriz em Roma, a carta publicada a seguir. Manlio Dinucci respondeu à Embaixatriz e Thiery Meyssan colocou esta troca de correspondência, no contexto da situação da Letónia.

O Pentágono explora todos os tipos de pesquisas. A Agência para os Projectos de Pesquisa Avançada da Defesa (DARPA) imagina utilizar insectos para infectar culturas, enquanto o Departamento de Pesquisa da Marinha, tem esperança de utilizar autres como sensores, capazes de detectar explosivos. Não se trata de ficção científica.

Os mercados e a União Europeia estão em alarme, a oposição está ao ataque, o apelo do Presidente da República à Constituição, tudo porque a anunciada manobra financeira do governo resultaria num déficit de cerca de 27 biliões de euros. No entanto, silêncio absoluto, tanto no governo como na oposição, sobre o facto de que a Itália gasta num ano uma quantia análoga para fins militares. A verba de 2018, é de cerca de 25 biliões de euros, à qual se junta outros elementos de carácter militar, elevando-a para (...)

O Estado da Palestina iniciou um processo, em 28 de Setembro de 2018, contra os Estados Unidos no Tribunal Internacional de Justiça (o órgão arbitral das Nações Unidas).
A Palestina contesta a transferência da Embaixada dos EUA para Jerusalém. Para tanto, baseia-se na Resolução 181 (1947) da Assembleia Geral da ONU, ou seja, no plano de divisão da Palestina .
Este último estipula que a cidade de Jerusalém, definida no sentido mais lacto, é um corpus separatum dos estados independentes, judeus e (...)

Ao intervir na tribuna da 73ª Sessão da Assembleia Geral da ONU, o Vice-Primeiro Ministro sírio, Walid Al-Moallem, apelou para a retirada imediata das forças americanas, francesas e turcas .
Esta declaração surge depois do ataque conjunto britânico-franco-israelita e da destruição de um avião de vigilância russa. Desde então, a Rússia entrega, em cadência acelerada, equipamento militar de interferência e vigilância, bem como baterias anti-aéreas S-300, enquanto os Estados Unidos retiram os seus mísseis (...)

Senhora Presidente da 73.ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas,
Gostaria de congratular, a Senhora e o seu país, o Equador, pela sua eleição como presidente da atual sessão da Assembleia Geral e desejo que seja bem-sucedida. Também gostaria de agradecer ao seu predecessor por presidir a Assembleia durante a sessão anterior.
Senhora Presidente, Senhoras e Senhores,
Todos os anos chegamos a este fórum internacional fundamental, esperando que todos os cantos deste mundo se tenham tornado (...)

Senhora Presidente,
Senhoras e Senhores,
Os discursos proferidos durante a discussão geral nesta sessão da Assembleia Geral da ONU, confirmam o facto de que as relações internacionais estão a passar por uma fase histórica muito complexa e contraditória.
Hoje, somos testemunhas de uma colisão de duas tendências opostas. Por um lado, os princípios policêntricos da ordem mundial estão a fortalecer-se e estão a formar-se novos centros de crescimento económico. Podemos ver nações a esforçarem-se para (...)

A estratégia dos partidos populistas europeus ligados a Steve Bannon encara uma contradição difícil: a lógica incentivava a que eles apoiassem uma aproximação à Rússia – o que fizeram, por exemplo, os Italianos – mas o seu patrocinador dos EUA agiu ao contrário para sabotar a economia e a afirmação política de Moscovo.

A Estónia, a Letónia e a Lituânia empreenderam a construção de uma nova cortina de ferro, separando o norte da Europa em dois. Trata-se de atacar os espíritos da mesma maneira que a União Soviética construiu uma estrutura idêntica, para impedir a fuga dos habitantes da Europa Central para o Ocidente. No entanto, de momento, não existe movimento migratório significativo para a Rússia.
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