Após o triunfo no referendo de 15 de agosto, o presidente venezuelano Hugo Chávez garante que o próximo desafio é "aprofundar" a revolução, com reformas econômicas que possam garantir o acesso da maioria da população às necessidade básicas como saúde, educação e moradia. Agora, com uma suposta trégua dos Estados Unidos que admitiram os resultados do referendo e com uma oposição cada vez mais débil e isolada, o presidente tem a força política e o aparato de Estado para promover tais mudanças.
Mas o que vem pela frente não é simples. Uma das principais tarefas convocadas por Chávez a ser combatida é a corrupção. "Lutar contra a corrupção é uma das consígnias desta nova etapa. Os líderes terão que se desprender de todo bem material. Nenhum governador ou ministro, deverá fazer negócios, abrir poupanças, construir casas, nada. O que quiser fazer negócios que vá para outro lugar", disse Chávez no programa Alô Presidente deste domingo, dia 21, onde anunciou a alteração em dois ministérios. Jesse Chácon (ex-Comunicação e Informação) assume a pasta de Interior e Justiça e sede lugar à Andrés Izarra, que assume o ministério considerado peça chave para o governo venezuelano.
O chamado à "honestidade" feito pelo presidente é um dos principais problemas enfrentados pelo governo que, em cinco anos, não conseguiu reformar a estrutura do Estado, essencialmente burocrática e corrupta para conseguir implementar e desenvolver seus programas sociais.
Com uma economia baseada essencialmente na exportação do petróleo - com o status de quarto maior exportador mundial- o país sofre com a ausência de um parque industrial produtivo. A economia que deve crescer 12% neste ano, abriga 16% da população desempregada e 52% dos trabalhadores na economia informal.
A mudança de discurso da presidenta da Fedecamaras (reúne os principais grupos industriais do país) que participou do golpe de 11 de abril e da sabotagem empresarial no final de 2002, indicam que estão dispostos a atender o chamado do presidente para estabecer um diálogo e amenizar os conflitos. "Temos que pensar em reconstruir a Venezuela economicamente. Temos perdido espaço empresarial. O país requer novos postos de trabalho e estamos plenamente conscientes que só fortamecendo a empresa privada poderemos gerar estes novos empregos", afirmou Albis em coletiva de imprensa, dias após o referendo.
Outro problema do país está no campo. Sem uma cultura de produção agricultura, em cinco anos, o governo não conseguiu superar o déficit agrícola estimado pelo Ministério da Agricultura e Terras (MAT) em mais de 1 milhão de hectares. "Temos avançado nos programas de desenvolvimento rural, mas ainda não conseguimos produzir a quantidade necessária em grãos e hortaliças. É um problema histórico", comenta o vice-ministro de Desenvolvimento Rural, Leonardo Gill. Grande parte dos alimentos que os venezuelanos consomem são importados dos Estados Unidos, Colombia e Argentina.
Permaneçam em Contacto
Sigam-nos nas Redes Sociais
Subscribe to weekly newsletter