Os Ministros americano e ucraniano da Defesa durante a reunião do Grupo de Contato para a Defesa da Ucrânia, realizada, em 8 de Setembro, na base norte-americana de Ramstein (Alemanha).

O recente avanço ucraniano foi planeado (planejado-br) meses atrás pelos EUA, que forneceram às forças de Kiev, em tempo real, informações sobre os alvos russos a ser alvejados : revela o New York Times com base em fontes oficiais. Isso confirma que as forças de Kiev estão de facto (fato-br) sob o comando dos EUA e operam de acordo com a sua estratégia.

Nesse contexto, o Secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, convocou na Alemanha o « Grupo de Contacto para Defesa da Ucrânia » a fim de aumentar o fornecimento de armas às forças de Kiev. O Grupo é formado por mais de 50 países: além dos da OTAN (Itália incluída), fazem parte ainda o Japão, a Austrália, a Nova Zelândia, a Coreia do Sul, Israel e o Catar. A quantidade de armas despejadas na Ucrânia é tal que torna necessário um forte aumento da sua produção. Por exemplo, o Pentágono forneceu à Ucrânia aproximadamente 800. 000 projécteis de artilharia de 155 mm para os 126 obuses M777 de longo alcance que, operados por pessoal ucraniano, disparam contra alvos indicados pela inteligência dos EUA. Os Estados Unidos têm, no entanto, uma única fábrica a produzir esses projécteis, a fábrica (usina-br) da General Dynamics na Pensilvânia, capaz de fabricar apenas 14. 000 por mês. Portanto, é necessário aumentar imediatamente a capacidade de produção desta fábrica e abrir outras. Assim, abre-se nos EUA e, em geral, no Ocidente, um novo negócio colossal para as indústrias bélicas.

Entre estas, a italiana Leonardo ---da qual o Ministério do Desenvolvimento Económico detém 30% do capital--- subindo do 12º lugar entre as 100 maiores indústrias de guerra do mundo, para o primeiro na UE. Ela aumentou as receitas do sector da Defesa em 24% num ano, atingindo aproximadamente US$ 14 mil milhões (bilhões-br) de dólares. Do sector da Defesa provêm 83% do seu facturamento. A Leonardo está integrada no gigantesco complexo militar-industrial norte-americano liderado pela Lockheed Martin, construtora do F-35 em cuja produção ela também participa. Cresce de tal modo o poder do complexo militar-industrial, um organismo tentacular que, para viver e se desenvolver, precisa como oxigénio da guerra.

Breve apresentação da revista de imprensa internacional Grandangolo Pangea , publicada na sexta-feira 16 de Setembro de 2022 na rede italiana Byoblu.