Fonte
Al-Watan (Síria)
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O documento divulgado esta semana pela Casa Branca, Peace to Prosperity, deve ser tomado pelo que é: uma proposta de trabalho sobre novas bases, não um plano de paz definitivo. Para Thierry Meyssan, em vez de protestar contra este projecto, é necessário examiná-lo. É uma oportunidade para desbloquear uma situação que apodrece há três quartos de século.

A Alemanha pretende, 75 anos após a Segunda Guerra Mundial, se tornar novamente uma potência no cenário internacional. Ela escolheu voltar ao Próximo-Oriente Alargado. Mas, para ela é difícil e perigoso elevar-se a esse nível sem nenhuma outra experiência além da histórica.

Em 48 países simultaneamente, enormes manifestações colocam em causa o regime político do Estado. A supremacia do modelo democrático, aceite por quase todos no fim do século XX está hoje em dia posto em causa. Para Thierry Meyssan, nenhum sistema constitucional permitirá resolver os problemas actuais que são antes de mais a consequência de valores e de comportamentos.

Para Thierry Meyssan, a subida de tensões no Golfo não tem nada a ver com um pretenso perigo iraniano. É, na realidade, a segunda parte da política anti-imperialista iraniana de Mossadegh, antes dos mulás. Londres, tal como em 1952, está pronta a ir para a guerra para defender as suas indevidas vantagens económicas. Mas atenção, se os Britânicos então ganharam, alguns anos mais tarde eles perderam no Suez em proveito dos Norte-Americanos.

Uma nova tentativa de Golpe de Estado teve lugar em 24 de Junho na Venezuela. Thierry Meyssan releva que ela era dirigida ao mesmo tempo contra a Administração de Nicolás Maduro e contra o seu opositor pró-EUA, Juan Guaidó. Por outro lado, segundo as registos áudio das conversas dos conspiradores, ela era supervisionada por Israelitas.

Depois dos Estados Unidos e seus aliados terem deliberadamente criado as condições para a fome na Coreia do Norte, a seguir no Sudão, na Tunísia e hoje em dia no Iémene, começam a fazê-lo na Síria. O único meio para se defender disso é relançar a economia regional, a qual se afundou durante as guerras do Iraque e da Síria. Dois projectos de caminho de ferro concorrem entre si : um para desenvolver a região, o segundo para a dividir. Irão os Ocidentais comportar-se como seres humanos ou irão eles prosseguir o seu sonho de dominação ?

Retomamos aqui o editorial do Al-Watan em que Thierry Meyssan apresenta aos leitores sírios a retirada das tropas dos EUA do seu país. Este artigo contem várias informações que foram ignoradas pelos média ocidentais e lançam luz sobre a maneira como a decisão foi tomada pelo Presidente Trump, com os seus aliados sauditas e catarianos, e seus parceiros russos.

Sete anos após o início da guerra contra a Síria, por interpostos jiadistas, os partidários da sua destruição querem relançá-la. Ora, eles sofreram uma derrota clara no terreno onde a população, tendo hesitado por um instante, escolheu apoiar massivamente a República. Esta tentativa de fazer voltar a guerra ao seu início apenas se pode compreender por ter avançado o seu objectivo.

Promovendo o desenvolvimento doméstico da propaganda e da doutrinação para a guerra, inexoravelmente os países ocidentais dotam-se de uma censura à Internet. Neste contexto, uma tensão extremamente violenta divide de forma profunda a cena internacional. Constatando o risco acrescido de uma confrontação geral, Moscovo tenta encontrar interlocutores credíveis na ONU e nos Estados Unidos. Aquilo que se passa actualmente não tem equivalente desde 1938 e pode degenerar da mesma maneira.

Thierry Meyssan não aceita a narrativa do início das hostilidades na Síria, tal como ela é apresentada pela imprensa Ocidental e do Golfo desde há 7 anos. Ele regressa, pois, à análise destes acontecimentos tendo em vista os elementos conhecidos desde então. Como todas as ciências, a ciência política aproxima-se da verdade pondo em questão as suas precedentes conclusões e integrando novas observações à sua formulação.

Visto do Ocidente, acabam de se desenrolar três eleições democráticas na Tunísia, no Líbano e no Iraque. Mas para esses povos, estes escrutínios não tinham grande coisa a ver com o ideal democrático porque as instituições, que os Ocidentais lhes impuseram, foram concebidas para os impedir de escolher livremente os seus dirigentes.

Atirando mísseis sobre a Síria junto com os seus aliados francês e britânico, o estranho Presidente Donald Trump conseguiu fazer aceitar aos Ocidentais o fim do seu domínio unilateral sobre o mundo. O resultado insignificante desta demonstração de força conduz a OTAN à realidade. Sem ter feito uso das suas armas, a Rússia sucede à União Soviética no equilíbrio do mundo.

Todos os comentadores sublinharam, no decurso dos quatro últimos anos, a impossibilidade para a Rússia de colocar tropas terrestres contra os jiadistas na Síria face ao risco de reviver a sua derrota do Afeganistão. Mas o que é verdadeiro se Moscovo se enfrenta com mercenários interpostos por Washington, torna-se falso se os dois Grandes se entendem quanto ao futuro não apenas da Síria mas da região. Thierry Meyssan foi o primeiro no mundo a anunciar a chegada do exército russo à Síria, em 2015. Ele é hoje o primeiro a anunciar a entrada da sua infantaria.

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