O promotor do Ministerio Público, Danilo Anderson, que liderava as investigações sobre os envolvidos no golpe de 11 de abril foi vitima fatal de um atentado a bomba em Caracas, na noite desta quinta-feira, 18.

O "atentado terrorista" como definiu funcionários do governo, destruiu o carro que o promotor conduzia. O ministro de Interior e Justiça, Jesse Chácon, informou que foram instaladas duas bombas abaixo do assento do condutor. Ainda não quais mecanismos foram utilizados para ativar os explosivos.

Anderson se tornou um dos desafetos da oposição por ter se encarregado das investigações sobre os envolvidos no golpe de 11 de abril de 2002, dos assinantes do decreto de Pedro Carmona - o qual suspendeu a Constituição e destituía a Assembleía Nacional, e o caso do prefeito Capriles Radonski acusado de ter liderado o ataque à embaixada de Cuba, no mesmo ano.

O procurador geral, Isaías Rodríguez, um dos primeiros a chegar ao local do incidente disse que era "uma resposta inusual, violenta, terrorista, que todos devemos condenar. É uma tentativa desesperada para intimidar o Ministério Público para interromper as investigações que pode apontar responsáveis".

Dias antes do atentado, o presidente Hugo Chávez disse que ainda era "muito cedo" para conceder anistia aos responsáveis do fracassado golpe que o retirou do poder por 48 horas. O promotor assassinado foi um dos responsáveis por recuperar o Canal de TV estatal após o golpe de Estado.

Anderson que já havia recebido ameaças de morte e estava sempre acompanhado por guarda-costas dispensava o serviço dos seguranças quando ia às aulas de pós-graduação ao Instituto Universitário da polícia científica. "Essa era uma rotina que foi estudada para planejar o atentado", afirmou Chácon.

Após o incidente, Chávez suspendeu sua viagem à Costa Rica onde participaria do 14º Encontro Iberoamericano de chefes de Estado.