O futuro do governo da Venezuela será definido nos próximos três dias. Esta é a última oportunidade que a oposição terá para validar as 540.492 assinaturas que restam para que seja realizado um referendo revocatório ao mandato do presidente Hugo Chávez.
O clima é tenso. Desde o início da semana a oposição, auxiliada pelos meios de comunicação, afirma que o governo tentará impedir a realização do referendo e indica que se o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) não validar as assinaturas reparadas, outros caminhos serão tomados. «Se não ocorrer referendo haverá conflito», alertou Américo Martin, um dos líderes da Coordenadora Democrática ao canal de TV Globovisión.
A oposição acusa o governo de organizar grupos para coagir os venezuelanos contrários ao presidente a se «arrepender» e retirar sua assinatura nos centros de reparo organizados em todo o país.
Já os grupos que apoiam o presidente, denunciam que a oposição está manipulando documentos falsos ou de pessoas falecidas para validar as assinaturas rejeitadas.
Em nome da democracia?
Nos últimos dias, as declarações de representantes dos Estados Unidos endossaram o discurso adotado pela oposição de que o presidente Chávez significa uma ameaça à democracia do país.
Entre as acusações vindas de Washington, a declaração do secretário de Estado dos Estados Unidos, Colin Powell, divulgada dia 27, mostra que os olhares estadunidenses estarão voltados para o sul do hemisfério neste final de semana.
«O povo venezuelano chegou em momento decisivo para sua democracia», disse Powell em uma declaração por escrito. «Insisto ao governo venezuelano, a honrar os desejos de seu povo e respaldar um processo justo e crível, que produza resultados rápidos em um ambiente livre do medo e da intimidação», disse.
Para o ministro de Relações Exteriores, Jesús Pérez, as declarações de Powell são «ambíguas, pois não expressam claramente o seu compromisso com a democracia venezuelana», rebateu o ministro, em Guadalajara, onde participa com o presidente, Hugo Chávez, da 3ª Cúpula América Latina e Caribe-União Européia.
Ainda assim, Pérez disse não acreditar que setores opositores estadunidenses se «aventurem» a repetir o mesmo episódio de 11 de abril de 2002, quando ocorreu o golpe de Estado. «O povo venezuelano, as forças armadas e muitos países da América Latina apoiam nosso processo democrático e participativo», afirmou o ministro.
Até o dia 5 de junho o CNE deve anunciar se haverá ou não referendo. Se o resultado for positivo, no dia 8 de agosto, um plebiscito nacional definirá se o presidente Hugo Chávez segue no governo. Porém, se o referendo for adiado para depois de 19 de agosto, Chávez será substituído por seu vice-presidente José Vicente Rangel, que assumiria o governo até 2007, final do mandato presidencial.
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