A Conferência Internacional sobre o regresso de refugiados sírios começou em Damasco, em 11 de Novembro de 2020. Ela foi iniciada pelo Presidente sírio, Bashar al-Assad, falando por videoconferência.

Depois de ter agradecido aos seus aliados, russo, iraniano e chinês, ele sublinhou o carácter artificial do problema: na sua história, jamais a Síria experimentou uma emigração colectiva por motivos políticos. Os cidadãos que deixaram o país não fugiram das autoridades, procuraram, sim, proteger as suas famílias dos agressores estrangeiros. O desafio que resta é imenso pois uma parte do país continua ocupada e outra está em grande parte destruída. No entanto, o governo conseguiu restaurar um mínimo de vias de comunicação e de serviços públicos.

Alexander Lavrentiev, enviado especial do Presidente russo Vladimir Putin, leu uma mensagem do seu Ministro dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov. Ele abordou a necessidade de parar de politizar a questão dos refugiados; uma resposta à declaração da União Europeia denunciando a conferência.

Josep Borrell, o Alto Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, emitira na véspera uma declaração contra a conferência [1]. Nela, ele especifica que a União permanece ligada aos princípios da administração das Nações Unidas formulados em Fevereiro de 2018. Ora, esses princípios não são senão os do memorando secreto de Jeffrey Feltman proíbindo qualquer ajuda à reconstrução deste país enquanto a República não fosse derrotada [2].

A delegação iraniana, chefiada por Ali Asghar Khaji, propôs a criação de um Fundo Internacional para a reconstrução da Síria.

A delegação chinesa, presidida por Fiong Biao, sublinhou que as sanções norte-americanas e europeias contra a Síria, que são um obstáculo à reconstrução do país, são ilegais pelo Direito Internacional.

Tradução
Alva

[1UE Declaration on the refugee conference in Damascus”, by Josep Borrell, Voltaire Network, 10 November 2020.

[2«Parámetros y principios de la asistencia de la ONU en Siria», por Jeffrey D. Feltman, Red Voltaire , 15 de octubre de 2017.