Valentin Vasilescu
Perito militar. Antigo comandante-adjunto da base aérea militar de Otopeni.
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A Rússia afirma não privilegiar nem a Arménia, nem o Azerbaijão no Carabaque. Por conseguinte ela concentra os seus esforços contra os jiadistas turcomanos na Síria. Simultaneamente, ela qualificou Damasco de « aliado não-estratégico ». Tudo se passa como se Moscovo estimasse dificilmente evitável uma guerra contra a Turquia. O Kremlin deverá então ter de pagar pela sua política comercial aventureira de construção de um “pipe-line” através da Turquia. Daqui até lá, o Exército russo testa o seu novo sistema de guerra rádio-electrónico que, se funcionar como esperado, lhe garantirá a superioridade em quase todos os campos de batalha.

O ataque azeri ao Artsaque foi concebido na antecipando de socorro pela Arménia. De momento, foi coroado de êxito e prepara-se para a segunda etapa do seu plano. Entretanto, o Primeiro-Ministro arménio, Nikol Pashinyan, esperando ser defendido pela OTAN e não pela OTSC, arrisca ver o seu país abandonado e o seu povo perecer.

As zonas de exclusão aérea russas atestam uma vez mais a superioridade técnica do armamento russo. O que não impede os Estados Unidos de conservar cadeias de produção sem igual e corresponde à sua mudança de prioridade: já não mais a Rússia, mas, sim a China. O que já fora o caso durante a Segunda Guerra Mundial, onde uma superioridade técnica da Alemanha havia forçado os EUA a posicionarem-se sobre a frente do Pacífico.

Valentin Vasilescu analisa o dispositivo de defesa antiaérea saudita. Depois de mostrar a impossibilidade de um ataque vindo do Irão sem ser detectado pelos Estados Unidos, ele explica como um ataque vindo do Iémene conseguiu atingir os seus alvos sem ser visto por Riade.

A população romena inquietou-se quanto a uma possível colocação de bombardeiros russos na Crimeia contra o escudo anti-mísseis montado na Roménia. Como explica Valentin Vasilescu, esta instalação —que desde sempre foi desmentida— nada mudaria, já que a Rússia dispõe de bases de lançamento geograficamente mais estratégicas.

Hoje as guerras já não opõem mais os Estados entre si, mas grupos não-estatais, muito mais difusos, aos Estados. Esta lógica assimétrica conduz as grandes potências a encarar outras formas de combate para os grupos armados que patrocinam. A prazo, deverá tornar-se possível a estes grupos armados utilizar mísseis guiados até aqui reservados a exércitos clássicos.

Enquanto vários Estados latino-americanos e as Forças Especiais dos EUA parecem preparar-se para atacar a Venezuela, Valentin Vasilescu examina a relação de forças e a topografia. Segundo ele, nenhuma forma de invasão pode vencer este vasto país defendido por uma selva, muito mais vasta do que a do Vietname. Qualquer intervenção só pode ter como fim desestabilizar o país, não derrubar o seu governo.
Zirkon e Avangard: a última mensagem de Putin aos Serviços de Inteligência dos EUA
Valentin Vasilescu

No seu último discurso perante a Assembleia Federal, o Presidente Vladimir Putin parece ter evocado a possibilidade de modificar o míssil hipersónico Zirkon antes que os sistemas Avangard entrem em serviço. A Rússia iria estar assim, a grande custo, em posição de superioridade face aos Estados Unidos.

Os exércitos russos irão ser dotados com drones «invisíveis», como os dos Estados Unidos. No entanto, este material foi concebido para uma utilização diferente do escolhido pelo Pentágono. Não se trata de vigiar, de identificar e de proceder a assassinatos selectivos, mas de penetrar as defesas antiaéreas do inimigo e de as destruir.

A guerra contra a Síria e o Iraque mobilizou mais de 250.000 mercenários. Mas esses homens estavam muitas vezes mal preparados para o material sofisticado que possuíam. Eles voltaram, pois, a antigas técnicas de combate que obrigaram as forças nacionais a adaptarem-se.

Ao retirar a assinatura do seu país do Tratado INF, o Presidente Trump recoloca-o na situação onde se encontrava antes da Iniciativa de Defesa Estratégica de Ronald Reagan. Ou seja, na altura em que os EUA não estavam em condições de rivalizar com a Defesa Soviética e combatiam-na, mais eficazmente, sabotando o seu complexo militar-industrial.

Os Estados Unidos desenvolveram uma técnica permitindo desenhar aviões invisíveis ao radar. Russos, no entanto, conduziram a sua pesquisa científica não para o formato dos aviões, mas, antes para os seus materiais. Agora, eles podem facilmente tornar furtivas as suas aeronaves, seja elas quais forem.

O míssil Avangard está, pelo menos, dez anos à frente do armamento ocidental. Valentin Vasilescu apresenta as suas características técnicas. Este míssil, cujo ensaio bem-sucedido, teve lugar na presença do Presidente Putin, em 26 de Dezembro de 2018, estará à disposição do exército russo em 2019.

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