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CentCom : Controlo do «Grande Médio-Oriente»
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A Conferência Ministerial de Varsóvia sobre Paz e Segurança no Médio-Oriente deu origem apenas a uma coisa importante e não à que havia sido prevista: Israel apareceu com Estados árabes, conversando com eles quando não mantêm relações diplomáticas oficiais.
O Primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, aproveitou o voto da Câmara dos Representantes dos EUA contra a guerra do Iémene para revelar seu envolvimento militar neste país.
Na realidade, esta guerra começou logo desde o primeiro dia com (...)

Os Estados Unidos preparam-se para organizar o «Médio Oriente Alargado» sem as as suas tropas. Eles deverão capitalizar os erros cometidos nos últimos cinco anos pelo Irão para criar uma aliança militar judeu-sunita contra os xiitas, denominada «OTAN Árabe» pela imprensa.

Em fins de Outubro de 2018, Avigdor Lieberman, que era então Ministro israelita da Defesa, revelou à Autoridade Palestiniana os princípios do Plano de Paz norte-americano para o conflito israelo-palestiniano, anuncia o jornal saudita Al-Hayat.
Esta informação foi desmentida pelo visado.
Seria reconhecida a soberania do Povo palestino, mas ela não estaria ligada a um território.
A Cisjordânia e Gaza seriam tratadas de forma distinta: uma pequena parte da Cisjordânia permaneceria sob a (...)

Chipre, a Grécia, a Itália e Israel conseguiram concluir um acordo sobre a construção comum de um gasoduto no Mediterrâneo. Tratar-se-á da obra mais longa e mais profunda no mar. Só terá uma modesta capacidade de 12 mil milhões (bilhões-br) de m3 por ano. Estimado em US $ 8 mil milhões de dólares, deverá posto em serviço em 5 anos. No entanto, a data de início dos trabalhos não foi anunciada.
Embora lhes diga respeito o campo gasífero descoberto em 2011, o Egipto, a Palestina, o Líbano, a Síria e a (...)

Dirigindo-se aos participantes do « Mediterranean Dialogue 2018» em Roma, o Ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, declarou que é impossível chegar à paz no Iraque e na Líbia enquanto não se tiver resolvido o problema palestiniano.
A análise histórica segundo a qual todos os conflitos actuais no Médio-Oriente são impactados pelo mais antigo de todos, as condições de estabelecimento do Estado de Israel, era desde há muito tempo consensual, inclusive em Israel. No entanto, os dirigentes (...)

O Ministro israelita dos Transportes e Inteligência, Israel Katz, apresentou, a 5 de Novembro de 2018, o seu projecto de caminho (estrada-br) de ferro ligando o Mediterrâneo ao Golfo, através da Jordânia, da Arábia Saudita, dos Emirados Árabes Unidos e do Sultanato de Omã.
Israel Katz já havia mencionado este projecto em Abril de 2017, mas, desta vez, ele apresentou-o no Congresso Mundial da União Internacional de Transportes Rodoviários (IRU), que se realizou em Omã. Ora, este organismo não é uma (...)

Pequim desenvolve sem cessar o seu projecto da «Rota da Seda». O seu Vice-presidente, Wang Qishan, empreende uma digressão pelo Próximo-Oriente que o conduziu a, nomeadamente, quatro dias em Israel. Segundo os acordos já assinados, a China controlará em dois anos o essencial do agro-alimentar israelita, da sua alta tecnologia e das suas trocas internacionais. Deverá seguir-se um acordo de livre comércio. Toda a geopolítica regional se verá, assim, virada do avesso.

Após o ataque do Daesh (E.I.) a Palmira, a China renunciou ao traçado tradicional da Rota da Seda histórica (Bagdade, Palmira, Damasco, Tiro). Um traçado alternativo havia sido previsto, já não através da Síria, mas da Turquia. Também foi abandonado.
No decurso da antiguidade, existia também uma Rota secundária por Petra (Jordânia) e Alexandria (Egito). Em última análise, a nova Rota deverá passar pela Jordânia, depois cindir-se para o Egipto e Israel.
O traçado pelo Egipto foi validado pela (...)

Os postos fronteiriços entre a República Árabe da Síria e o Líbano foram já todos reabertos.
Em 15 de Outubro, os postos de fronteira de Quneitra, com o Golã israelita ocupado por Israel, e de Nassib/Jaber, com a Jordânia, foram reabertos.
O Ministro iraquiano dos Negócios Estrangeiros, Ibrahim Jaafari, veio a Damasco, a 15 de Outubro, preparar a reabertura do posto de fronteira de Al-Bukamal com o seu país.
A reabertura de postos de fronteira com seus vizinhos (excepto a Turquia) marca o fim das (...)

A Casa Branca não consegue retirar-se da guerra na Síria. O Presidente Trump enfrenta-se, ao mesmo tempo, com o auto-proclamado «Estado Estável» (segundo o editorial anónimo do New York Times), que prossegue a estratégia Rumsfeld-Cebrowski, e com as reactivadas ambições dos seus aliados israelitas, franceses, britânicos e turcos. A lógica destes interesses poderá deslocar a guerra em vez de a resolver.

Acabam de ter início no Oriente Médio as grandes movimentações com vista a implementar o Plano Trump-Kushner para a Palestina, qualificado como o «acordo do século».
Sabe-se muitas coisas sobre aspectos deste plano discutidos aqui ou ali, mas quase nada com certeza, excepto que todos os Palestinos deveriam obter uma nacionalidade (portanto, não seriam mais refugiados). O plano seria baseado, não no Direito e na Justiça, mas sobre as realidades no terreno, para pôr fim a um conflito inextricável de (...)

A Administração Trump prepara-se para tornar público o seu plano para o Médio-Oriente.
Os dois mentores do plano, Jared Kuschner e Jason Greenblat, preparam encarregados da missão em torno de três competências:
consequências políticas e de segurança para o plano ;
consequências económicas do plano ;
comunicação estratégica.
Por seu lado, o Rei Salman da Arábia Saudita lembrou que o seu país mantêm as posições explicitadas na iniciativa de paz do Príncipe Abdullah, adoptada pela Liga Árabe em 2002 (...)

Recebendo o Príncipe-herdeiro saudita na Casa Branca, a 20 de Março, o Presidente Trump exibiu um quadro mostrando as encomendas de armas sauditas aos Estados Unidos. Ele precisou que essas somas astronómicas estavam à altura dos recursos de Riade.
Segundo a Reuters , o Pentágono prepara uma cimeira, a 12 e 13 de Outubro próximos, para criar a Middle East Strategic Alliance (MESA)-( Aliança Estratégica do Oriente Médio) . Tratar-se-ia de uma aliança de Estados do Golfo em torno da Arábia (...)

O Likud e Israel Beytenou apresentaram no Knesset um projecto de lei visando que o Estado de Israel se comprometa a promover a criação de um Estado Curdo, à escolha, quer no território Turco, Sírio ou Iraquiano.
Durante a Guerra Fria, Israel fizera uma aliança com os Curdos iraquianos e promovera Mustafa Barzani ao posto de oficial da Mossad. Por outro lado, eles tinham combatido os Curdos turcos, incluindo aqueles refugiados na Síria, e participaram no rapto de Abdullah Öcalan.
Em 2017, Israel (...)

Enquanto os média globais tratam os acontecimentos no Médio-Oriente Alargado como factos desconexos, Thierry Meyssan interpreta-os como jogadas sucessivas num mesmo tabuleiro. Ele entende os conflitos à volta de Israel como um todo orgânico e interroga-se quanto às possibilidades do Presidente Trump chegar a uma paz regional.

Visto do Ocidente, acabam de se desenrolar três eleições democráticas na Tunísia, no Líbano e no Iraque. Mas para esses povos, estes escrutínios não tinham grande coisa a ver com o ideal democrático porque as instituições, que os Ocidentais lhes impuseram, foram concebidas para os impedir de escolher livremente os seus dirigentes.

Respondendo aos Estados Unidos que se retiraram do acordo nuclear, mais do que a Israel que os havia bombardeado, os Guardiões da Revolução iranianos atacaram o Golã ocupado a partir das suas bases sírias. Caminhamos para uma nova guerra regional ou trata-se de uma operação para uso doméstico iraniano ?

Enquanto os observadores maioritariamente tomam partido no conflito Russo-EUA e desejam a vitória do seu campo, Moscovo tenta apaziguar o Médio Oriente. Portanto, opõe-se a um ataque a Israel pelo Irão tal como se havia oposto a uma operação israelita contra o Irão, em 2008.

Contradizendo as aparências da propaganda atlantista, Thierry Meyssan interpreta as relações internacionais no longo prazo. Para ele, não existiu guerra civil durante os sete últimos anos na Síria, antes uma guerra regional de dezassete anos no Médio-Oriente Alargado. Deste vasto conflito, do qual a Rússia sai vencedora face à OTAN, emerge progressivamente um novo equilíbrio do mundo.

Todos os comentadores sublinharam, no decurso dos quatro últimos anos, a impossibilidade para a Rússia de colocar tropas terrestres contra os jiadistas na Síria face ao risco de reviver a sua derrota do Afeganistão. Mas o que é verdadeiro se Moscovo se enfrenta com mercenários interpostos por Washington, torna-se falso se os dois Grandes se entendem quanto ao futuro não apenas da Síria mas da região. Thierry Meyssan foi o primeiro no mundo a anunciar a chegada do exército russo à Síria, em 2015. Ele é hoje o primeiro a anunciar a entrada da sua infantaria.

Se quisermos recuar um pouco, constataremos que os diferentes conflitos que ensanguentaram nos últimos dezasseis anos todo o Médio-Oriente Alargado, do Afeganistão à Líbia, não foram uma sucessão de guerras civis, mas, sim a aplicação de estratégias regionais. Lembrando os objectivos e as tácticas destas guerras desde a «Primavera Árabe», Thierry Meyssan descreve a preparação das seguintes.

Exemplo de um falso debate, animado por uma televisão e um jornalista que escondem as suas ligações aos auditores, a questão do lugar de julgamento dos jiadistas franceses visa preparar, na realidade, o apagar dos testemunhos sobre o papel militar da França contra a Síria. Sob reserva de aceitação pelos seus aliados, ela prepara o reconhecimento de um Estado de pacotilha, o «Rojava», na base do modelo do «Kosovo».

Desde o início da guerra contra a Síria, em 2011, a Rússia apoia este país face aquilo que ela considera ser uma agressão externa. Enquanto que a imprensa ocidental explica este comportamento por uma solidariedade entre ditaduras, Thierry Meyssan expõe aqui as verdadeiras motivações históricas. Ele observa que a vitória, que também é a de Moscovo, abre um novo período para a cultura ortodoxa na Europa.

Enquanto a guerra contra o Daesh (E.I.) termina no Iraque e na Síria e a contra o pseudo-Curdistão parece afastada, vários Estados do Médio-Oriente Alargado retomam a iniciativa. Aproveitando a fluidez deste momento, o Príncipe herdeiro da Arábia Saudita eliminou brutalmente os membros da família real susceptíveis de contestar o seu Poder. De modo que não só as relações de força regionais acabam de ser modificadas pela guerra, como um dos actores principais acaba de mudar de objectivos.

O Departamento de Estado e o Presidente Trump proferiram imprecações contra o Hezbolla e o Irão que levam a pensar numa ruptura do acordo dos 5+1. Mas para Thierry Meyssan, se o pior é possível, o mais provável é que ainda uma vez mais Washington encene uma falsa querela para melhor manipular os seus aliados israelitas e sauditas.

O Ministro saudita dos Negócios do Golfo (tendo, portanto, relações com o Irão —mas não com o Líbano— entre as suas atribuições), Thamer Al-Sabhan (foto), indicou num tweet(tuíte) : «Há apenas um terrorismo e ele deve ser combatido em todo o lado. Estaria o mundo de acordo com a presença de "Daeshistas" e membros da Al-Nusra nos parlamentos e governos? Deve pois, unir-se contra o Partido do diabo».
Al-Nusra é o antigo nome da Alcaida na Síria. A expressão «partido do diabo» designa o «Partido de Deus», (...)

O exército turco inventou uma estratégia militar sob a forma de boneca russa (matrioska-ndT). As operações que acabam de começar tem oficialmente o objectivo de combater os jiadistas. Na realidade, elas são dirigidas contra a criação de novos Estados, o Rojava e o Curdistão. Elas mascaram a hipotética realização do juramento nacional de 1920, a conquista do Nordeste da Grécia, toda a ilha de Chipre, o norte da Síria e o norte do Iraque; o irredentismo publicamente reivindicado pelo Presidente Recep Tayyip Erdoğan.

De acordo a revista Israel-Kurd, baseada em Erbil, o Primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu e o auto-designado Presidente do futuro Curdistão independente independente, Massoud Barzani, concluíram um acordo secreto.
Telavive comprometeu-se a instalar no Curdistão 200. 000 Israelitas de origem curda.
O anúncio foi amplamente difundido pela imprensa turca, iraniana e árabe.
O projecto de criação de um Sudão do Sul e de um Curdistão é um objectivo militar israelita desde o desenvolvimento de (...)

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